Geórgia Paula Leite já se prepara para a próxima competição, em novembro
Uma paixão não muito comum, fez Geórgia Paula Leite, ainda na infância, trocar as bonecas por qualquer mera oportunidade de montar num cavalo. Hoje, com 24 anos, a jovem, que é natural de Anta Gorda, recorda o amor alimentado ano após ano por essa opção de lazer, que acabou a tornando uma amazona.
“Relatos da minha mãe e amigos, dizem que com nem um ano de vida eu já me erguia e pulava no colo ao avistar um cavalo. Com poucos anos, o simples som dos cascos batendo no chão ao passar na rua de casa me faziam correr até a porta para vê-los. O amor era puro. Era puro a ponto de meu pai ir aos rodeios comigo e ter que pedir aos participantes para eu dar uma voltinha”, conta.
Geórgia destaca que a tradição gaúcha sempre foi muito presente em sua vida. “Ao demonstrar tanto amor, para me dar um pouco desse gostinho de ficar com os cavalos e alimentar um sonho, amigos pelos quais tenho grande carinho e gratidão, Bárbara Baldi e seu pai, “Pingo”, me levavam aos domingos para cavalgar”, recorda.
Mas foi há exatamente dez anos que o Hipismo foi apresentado a ela pelos pais. “Foi amor à primeira vista. E de lá até aqui, surgiu o sonho de ser amazona um dia. O esporte lindo e elegante me fez sonhar além do que eu pudesse imaginar. Localizado em Passo Fundo, o Centro Hípico Dellagerisi, era parada obrigatória nas poucas vezes que íamos àquela cidade. Quis o destino então, que eu me mudasse para lá, afim de estudar”, pontua ela que é formada em Técnico em Prótese Dentária.
A jovem iniciou no esporte há mais ou menos um ano, no Centro Hipico Dellagerisi, com treinos semanais ministrados pelos treinadores Cristóvão Dellagerisi e Gabriel Beskow. “No início, era somente para sentir como era a prática desse esporte, mas quando vimos, eu já estava dando os primeiros trotes, galopes e saltos nos obstáculos. Foi a minha terapia, o que me fez largar psicólogos e remédios para controlar ansiedades”, disse.
Primeira competição – a realização de um sonho
Conforme ela, os meses passaram e as oportunidades em participar de campeonatos estavam ficando frequentes. “Talvez seria a hora de tentar. Os treinos, como sempre intensos, havia, no final de tudo, um gostinho de preparação. Exercícios de controle, equilíbrio, saltos isolados e percurso fizeram parte da grande maioria dos treinos de preparação”, salienta.
Na 1ª Etapa da Copa Cidade Passo Fundo, ocorrida nos dias 11 e 12 de setembro, foi onde Geórgia fez sua estreia. “Como não conhecia como funcionava e como eram as regras, fui ‘sem compromisso’. Numa altura de 0,60 metros, dentre quase 50 participantes na mesma categoria que a minha, abri a prova. Foram dez obstáculos num tempo cronometrado de 66 segundos. Meu tempo permaneceu ao longo da competição e liderei até o final da prova, o que me consagrou campeã do primeiro dia”, comemora.
A emoção não pode ser contida, segundo ela. “Não consigo mensurar o sentimento que me abraçou naquele momento em que o meu nome, junto ao da minha companheira Linda, égua na qual eu monto, foi anunciado. A sensação de: ‘eu consegui, eu sou uma amazona’, foi única. A minha realização, junto a dos meus pais e namorado que estavam presentes, era visível no sorriso largo que havia em meu rosto. Recebi minhas primeiras medalhas e escarapelas (prêmio que o cavalo recebe nas competições) das mãos de minha mãe, que só no olhar demonstrava orgulho”, lembra.
“No segundo dia, fomos o segundo conjunto a entrar em pista. Foram oito obstáculos dentro do tempo concedido, e sem faltas cometidas, conseguimos a décima colocação, o que foi o suficiente para nos consagrarmos como campeãs da 1ª Etapa da Copa Passo Fundo na altura de 0,60 metros”, relata. “A primeira prova, que era para acrescentar experiências para as futuras, resultou em algo além do esperado. Todo esforço valeu a pena quando recebi o troféu Rafael Zandoná. Eu sonhei, e num piscar de olhos, realizei”, declara.
Apesar de ainda não ter seu cavalo próprio, a jovem ressalta que esse é um de seus sonhos. “Continuo treinando com os cavalos do haras, especialmente a Linda, égua que esteve comigo desde o início dessa jornada e que devo muito a ela, inclusive pelos resultados das provas. Sou grata a todo o suporte que o Centro Hípico me fornece. A estrutura e suporte são impecáveis”, enfatiza.
A 2ª Etapa da Copa Passo Fundo está prevista para novembro, e Geórgia se prepara para novamente, fazer bonito. “Vamos manter o foco em nos preparar e aperfeiçoar os movimentos. Para planos futuros no esporte, desejo ao longo dos treinos e anos, atingir alturas de 1 metro ou mais, e participar de grandes competições”, finaliza.
