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Grupo Pitol realiza primeira exportação de nozes

Cargas foram destinadas para a Tailândia

O Grupo Pitol, de Anta Gorda, vivenciou, nesta semana, uma grande conquista. Após mais de um ano de negociações, a empresa realizou sua primeira exportação de nozes. A carga foi destinada para Bangkok, na Tailândia.

Um dos diretores do Grupo Pitol, Leandro Pitol, explana sobre o acontecimento. “Embora o mercado interno seja bom, talvez não seja o suficiente com o passar do tempo. Desta forma, se tivermos um produto que tem mais oferta do que procura o valor começa a diminuir e nós não queremos que chegue a esse ponto”, inicia.

Conforme ele, neste último ano houve diminuição no consumo de nozes, em razão da pandemia. “O que faz as nozes serem consumidas são festas, os aniversários, casamentos, feiras, e isso tudo não estava acontecendo. Tem aqueles que às vezes cobram do viveirista e da indústria dizendo que na hora de vender as mudas há a promessa de compra e depois isso não acontece, mas é importante frisar que esse último ano não foi fácil para ninguém”, ressalta.

 

As negociações

Conforme Pitol, no ano passado a exportação foi barrada pela pandemia. “Mas nesse ano começamos novamente as negociações. Alguns argentinos nos procuraram, fomos conversando e graças a Deus já carregamos containers na terça e na quarta-feira, dias 28 e 29, e teremos mais um daqui 15 dias. Vamos vender 66,5 mil toneladas, das 189 toneladas armazenadas em nossa câmara fria (parte de produção própria e parte são aquisições de outros produtores)”, comemora.

O objetivo, segundo ele, é que a Pitol seja uma das pioneiras em exportação de nozes. “Não somos os primeiros a fazer, mas queremos conquistar esse mercado, destacando que para fazer exportação tem que ter qualidade, isso é praxe em todos os produtos. Se não tiver qualidade o mercado externo paga menos do que o interno. É assim que funciona”, frisa.

 

Produzir com qualidade para exportar com qualidade

O empresário alerta os produtores de nozes para que invistam em seus pomares. “Quem não investir no seu pomar, não tiver qualidade, se na hora da colheita não armazenar as nozes direito, se não tiver o mínimo de estrutura, quem não adubar e não fizer um acompanhamento adequado, nós não vamos conseguir comprar essas nozes para exportar e nem mesmo para o mercado interno, que está cada vez mais exigente. Temos que zelar pelo nosso nome, afinal é um produto que as pessoas vão comer”, destaca. “Quem vai ficar no mercado é aquele que vai colher um produto de qualidade. Esse sim vai ganhar dinheiro”, acrescenta.

Ele ressalta que o Grupo Pitol conta com três engenheiros agrônomos que trabalham para o viveiro, prestando aos clientes assessoria antes, durante e principalmente após o plantio. “Além disso também estamos oferecendo serviços de poda/condução, onde as pessoas podem procurar os nossos agrônomos para isso”, pontua.

Um dos profissionais, Júlio Medeiros, é cadastrado para fazer análises do produto, exigidas antes da exportação. “Ele tem experiência, ele foi buscar conhecimento na Argentina para poder se enquadrar. Ele trabalha para a Pitol, mas ele atua em várias empresas fazendo essas avaliações”, disse.

 

Lucratividade

O empresário enfatiza que, quando se exporta com qualidade é possível ganhar até um dólar a mais pelo quilo do produto vendido. “O exportador quer uma noz graúda e nós, por exemplo, temos variedades, destacando a Melhorada, que é uma variedade que a Pitol conseguiu produzir, e que resulta na diferença de no mínimo R$ 2 a mais pelo quilo vendido. Estamos contentes porque o mercado externo está absorvendo bem as nozes do Brasil”, comemora.

Para o próximo ano a expectativa para a exportação é ainda maior. “No ano que vem é a produção que vai nos dizer o quanto iremos exportar, mas já nos estruturamos um pouco melhor, fizemos mais uma câmara fria, teremos uma equipe só para receber os produtos os quais vamos deixar prontos para a exportação. Mas a ideia nossa para o ano que vem é pelo menos dobrar a quantidade de produto exportado, se tivermos, é claro, produto de qualidade disponível”, declara.

 

Produtividade

A supersafra de nozes registrada neste último ano, não deve afetar grandemente a próxima produção, segundo Pitol. “Neste ano tivemos uma supersafra, a maior de todos os tempos, mas isso deve também aos cuidados que as pessoas estão tendo em melhor a adubação, o investimento, pois sabem que tem retorno. Pelo que estamos vendo pela brotação das nogueiras e pelo acompanhamento dos agrônomos, não haverá uma decadência muito grande na próxima safra. Deve ser uma safra normal”, salienta.

Nesse ano, por ser atípico, muitos produtores não ganharam o valor esperado por seu produto, de R$ 12 ao quilo, e receberam cerca de R$ 8. “Mas em compensação, a maioria produziu três vezes mais”, considera Pitol ao explanar sobre a expectativa de preço para a próxima safra. “Deve girar na faixa de R$ 12 o quilo. Investir em nozes é um baita negócio, é um baita investimento, basta comparar os custos de produção com o da soja, do milho, que é muito caro”, alerta.

 

Produtos Pitol

O Grupo Pitol tem uma ampla variedade de produtos para comercialização, desde a linha de cosméticos: cremes corporais, sabonetes, esfoliante e até mesmo difusores; até os produtos alimentícios como: noz-pecã in natura, óleo de noz-pecã, chás, noz-pecã caramelada, noz-pecã com chocolate, dentre outras opções.

“Nós reavaliamos os nossos produtos e resolvemos expandir, dando mais opções aos nossos clientes. As novidades são as nozes com chocolate, com canela, com açúcar demerara, e agora estamos desenvolvendo a agridoce”, revela. “Esses produtos estão sendo bem aceitos no mercado e vejo um futuro muito grande para os produtos industrializados, pois hoje a população não quer mais o trabalho de quebrar as nozes, querem um produto pronto. Por isso, estamos correndo atrás e nos enquadrando naquilo que o mercado exige”, frisa.

O empresário segue: “Claro que somos uma agroindústria familiar e não uma indústria de grande porte, mas tentamos, na medida do possível, ir acompanhando o mercado para não ficarmos para trás. Os nossos produtos podem não ser de grande quantidade, mas primamos pela qualidade, a exemplo de que somos uma das únicas agroindústrias em que as nozes passam duas ou três vezes nas mãos de pessoas para verificação, para depois serem embaladas. Desta forma estão 100% perfeitas. Tem empresas que não conseguem fazer isso por causa da mão de obra cara, por isso optam pela esteira”, disse.

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