Crise do setor leiteiro foi um dos temas abordados
No último sábado, 25, a diretora da Laticínios Cotrilac, Nádia Patussi Penso, participou do programa de televisão “Destaque Brasil”. A entrevista foi exibida pela Band TV em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul pela Ulbra TV.
Durante o programa, a diretora da empresa que tem sede em Anta Gorda, contou a história da Cotrilac, que está há 21 anos no mercado. Nádia que tem formação na área de alimentos juntou sua experiência com a de seu irmão que trabalhava na época com distribuição de produtos alimentícios. “A ideia de iniciar o negócio surgiu dentro da nossa família, ela é uma empresa familiar e hoje processamos aproximadamente 80 mil litros de leite por dia”, ressalta.
Atualmente a empresa que possui duas marcas, a Latsul e Bella Estância, emprega diretamente 60 colaboradores, contando com a parceria de 450 famílias produtoras de leite e com a colaboração de outras empresas que fazem parte do setor. “O leite é um produto que nasce da família, pois todos os membros participam do processo e quando visitamos nossos produtores percebemos o engajamento e dedicação, já que a vaca acaba sendo um animal cuidado por todos”, salienta.
A crise no setor leiteiro também foi abordada durante o programa. Segundo a diretora, a indústria encontra dificuldades em alcançar um valor que remunere o custo da produção de leite e de derivados. “O produtor teve um impacto muito grande quando os insumos para alimentação do gado leiteiro subiram e as indústrias tiveram que acompanhar o cenário e remunerar melhor a matéria prima”, relata.
Em contrapartida, Nádia diz que o consumidor, já afetado pela pandemia e com o baixo poder aquisitivo, começou a diminuir o consumo. “O queijo é um produto que chega nas prateleiras a mais de R$30 ao kg, dessa forma notamos que houve um impacto no consumo, causado pelo aumento do preço”, frisa.
A empresária ainda reforça que o produtor precisa receber valores justos que paguem pelo menos o custo existente para a produção de leite. “Caso contrário, o produtor fica desestimulado e sem condições de manter os animais bem alimentados e saudáveis e isso impacta na qualidade final da matéria prima”, aponta.
Nádia relata que para produzir os queijos, o empreendimento precisa de maquinários com tecnologia internacional. “Estaremos recebendo uma filadeira de muçarela que só existe na Itália, por exemplo e existem outros equipamentos que são montados aqui no Brasil, mas cujas peças também são de fora”, expõe.
A diretora ainda ressalta a importância da ligação entre produtor e indústria. Para ela, é imprescindível o cuidado, auxílio e monitoramento das atividades. “Existe uma ligação muito forte entre todos os elos da cadeia produtiva do leite, porque a indústria de leite atua fortemente em parceria com o produtor, visando um produto de qualidade”, reforça.
Para o futuro, Nádia diz que os projetos existentes visam o aumento da produtividade da empresa. “Estamos investindo em equipamentos e tecnologia para melhorar e aumentar a capacidade de produção e atender da melhor forma o mercado e setor leiteiro”, finaliza.