Houve uma redução de 3,39% nas famílias que cultivam tabaco
De acordo com os dados divulgados pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em setembro de 2021 houve uma redução de 3,39% nas famílias que trabalham com a fumicultura, mas com elevação nos preços pagos aos produtores.
O gerente da Afubra, filial de Arvorezinha, Juliano Landin, explica que hoje há 628 famílias associadas, somente no município. “Nós atendemos aqui em nossa filial, cerca de três mil associados, sendo que prestamos atendimento a 25 municípios da região”, explica.
Landin explica que para ter uma boa safra, o produto é dependente do clima favorável. “As mudanças de valores na arroba do tabaco, de um ano para o outro, está diretamente ligado à qualidade. Por isso, o clima favorável para a produção, com as chuvas adequadas, contribui para que o resultado da safra venha com melhor qualidade, elevando o preço final, trazendo mais renda e lucro para o produtor”, explica.
A estiagem e escassez de chuvas podem afetar o Estado e refletir diretamente na agricultura local. “Preparando uma nova safra, os fumicultores de toda região já demonstram preocupação diante do cenário. Sem uma quantidade correta de chuvas a planta pode perder qualidade e comprometer a produtividade”, continua.
“O frio em excesso também pode trazer prejuízos às lavouras e isso causa os conhecidos ‘hematomas’ ou ‘ferrugem’ nas folhas, por isso é difícil hoje ainda mensurar prejuízos ou expectativas para a colheita”, explica o diretor.
Associação agradece aos produtores parceiros
Landin fala em agradecimento aos parceiros que trabalham com esta cultura. “Eu quero deixar um agradecimento, parabenizar os produtores de tabaco por todo trabalho que é feito por eles, uma cultura tão importante para as cidades da região, para o nosso Estado, pois em diversas cidades a principal cultura é o tabaco, o que mais traz arrecadação. Eu quero reforçar isso à importância e a relevância do produtor de tabaco, que esta lá no campo produzindo, gerando riquezas e valores, gerando impostos e retorno aos municípios. Por isso a equipe da Afubra deixa o seu parabéns e muito obrigada”, finaliza o diretor.
Família em Itapuca trabalha há mais de 20 anos com a cultura
Na propriedade de Renato e Jéssica Beneditto, localizada na Linha Araponga, interior de Itapuca, o tabaco é a principal fonte de renda. “Eu fui criado com a plantação de fumo, há mais de 20 anos trabalhando com isso, tudo teve início com os meus pais, hoje eu e minha esposa damos continuidade”, fala Renato.
O casal explica que o trabalho é duro, mas que eles não pensam em trocar a cultura do tabaco por nenhuma outra. “É uma vantagem, devido à redução de espaço, o fumo pode ser cultivado em pequenas áreas. A rentabilidade do produto é outro dos motivos para seguirmos com esta cultura”, continua Jéssica.
A próxima colheita está prevista para dezembro e as expectativas estão altas. “Se não houver chuvas fortes, fora do normal até a época da colheita a chance de uma grande safra é alta”.
Produção da cultura tem diminuído na região
De acordo com secretário de Agricultura de Itapuca, Filipe Caproski, a área plantada de fumo no município tem sofrido uma pequena queda a cada ano. “Para a diminuição não há apenas um motivo específico, é uma forma geral, um pouco não há novos produtores buscando cultivar o tabaco, bem como pela falta da sucessão familiar, muitos estão desistindo”, explica o secretário.
“Quem produz o fumo faz isso como recurso há muitos anos e não há renovação destes produtores. Por se tratar de uma cultura um pouco mais sofrida, comparada à soja, quem possui maiores condições acaba migrando. A variação de preços também influencia na decisão de manter ou não a lavoura de fumo”, finaliza Filipe.
Você Sabia?
O dia 28 de outubro é definido desde 2012, como o Dia do Produtor de Tabaco. Foi definido na assembleia da Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA), por sua relação histórica com o tabaco, pois foi neste dia, em 1942, que tripulantes da esquadra de Cristóvão Colombo chegaram à ilha que viria a ser Cuba e encontraram nativos em um ritual em que a fumaça das folhas queimadas era inalada através de um tubo.
Oficialmente a data foi instalada pelas Assembleias Legislativas do Rio Grande do Sul (Lei 14.208, de março/2013), de Santa Catarina (Lei 16.114, de setembro/2013) e do Paraná (Lei 17.729, de 2013). (Fonte SindiTabaco)
