Em honra ao pai falecido há 17 anos, família Caproski mostra que generosidade e gratidão vêm de casa
Ao chegar o final do ano, o espírito de Natal geralmente contagia as pessoas, deixando-as mais alegres e generosas.
Para a família Caproski, essa época do ano tem um significado ainda mais amplo. No dia 19 de dezembro de 2004, uma tragédia marcou para sempre a história desta família. A perda precoce do patriarca da família Caproski, o empresário João Claudir Caproski, chocou a toda a região. Ele morreu afogado ao tentar salvar a vida de uma outra pessoa.
Caproski era conhecido em toda a região pelo empreendedorismo, mas principalmente por ser uma pessoa amiga, sempre disposta a ajudar e a contribuir com quem precisasse. Sonhador, queria sempre ver as cidades de Nova Alvorada, Itapuca e Arvorezinha crescerem.
Mesmo na dor e na proximidade com as celebrações de final de ano, os filhos e a esposa de João Claudir Caproski optam por espalhar amor e generosidade, mantendo assim, viva a memória de seu amado pai.
Os filhos Leandro, Luciane e Bruna Caproski superam a cada dia a saudade do pai fazendo o bem aos outros, cuidando da sua família e comunidade. A Escola Municipal de Ensino Fundamental João Luiz Caproski, em Itapuca, já recebeu doações de livros, brinquedos e visitas, porque aquele prédio, que foi batizada com o nome de Caproski, concretiza o que ele acreditava: a Educação, e com isso todos naquele local se tornam parte da família Caproski.
Luciane é casada e tem dois filhos, o mais velho, Kaique, recebeu o nome em homenagem ao avô, que era assim conhecido por todos. “Eu quero que meus filhos entendam, o Kaique e o Joaquin, é que muito mais do que ouvir a história de alguém é ser inspirado por ela, é ter ações semelhantes as dela. Que eles vejam pelas nossas atitudes tudo aquilo que meu pai me ensinou”, conta.
“A minha intenção é inspirá-los, acender a chama da solidariedade dentro deles, assim como ocorreu conosco, para iniciar este lindo projeto com a escola. Tudo é pensando neles, em dar continuidade, pois quando eu não estiver mais aqui, neste plano, que eles lembrem do primeiro evento que foi feito na escola João Claudir e que se esforcem para fazer a diferença na vida de quem estuda lá, na vida daquela comunidade, de uma maneira simples, mas que agregue na vida de cada um que lá estiver”, continua.
“Quando eu conversei com o Kaique, de 12 anos, que já tem entendimento, como ele resumiria o que ele sentiu naquela manhã na escola, pois isso é o mais importante, estar lá fazendo a diferença na vida de cada uma daquelas crianças, ele me respondeu que foi uma pena ele não ter conhecido o avô dele. Eu acredito que essa é a resposta que foi transmitida para todos os presentes, que não tiveram a chance de conhecer meu pai, e isso faz um grande sentido para nós como família. O que queremos é isso, viver intensamente ao lado de quem se ama e tentar deixar uma sementinha em cada uma delas, de amor, de esperança e de solidariedade. Para que quando não estejamos mais aqui, possamos ser lembrados por nossas ações e diferença que fazemos na vida das pessoas”, finaliza.
“Minha família é minha base sólida, que dá sentido aos meus valores”
Está é a frase com que Luciane começa a entrevista. “Minha família é minha base sólida, que dá sentido aos meus valores. Fazer doação faz parte de meus valores os quais meus pais me ensinaram. ‘Ninguém é tão pobre que nada possa dar, é ninguém é tão rico que não precise receber’, assim me ensinou minha mãe”.
Bruna escreveu um texto emocionante em suas redes sociais, no dia em que completam 16 anos da perda de seu pai. A emoção em suas palavras mostra que seu coração está em cada uma delas, um sentimento de saudade, gratidão e amor invade cada um que lê aquele texto.
“Pois é Pai, a família João Claudir Caproski está grande, ela está marcada em cada coração, e é claro que fizemos uma das coisas que nos ensinou, honrar pessoas valiosas. Gravamos sua história no coração de quem a gente pôde, plantamos sementes boas no coração de algumas crianças e tentamos passar a força de amar nossa família, de nos fortalecer e de apesar de passar pela dor de perder quem amamos, a gente pode escolher agradecer a Deus por ter tido a sorte de tê-lo pelo período que assim foi destinado. Hoje pela manhã a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que a vida é feita de ciclos, inícios, meios e fins, e fiquei pensando que ao escolhermos vir para esse mundo, Deus planejou a vida de cada um de nós. E o fim de quem amamos faz parte da nossa jornada? Logo a resposta ecoou no meu coração, também sou a trajetória, somente sigo nesse trem da vida por uma nova estrada e quando for desembarcar lá estará me esperando, sou parte da história sua pai, estou na mesma estrada, só que vamos desembarcar em momentos diferentes, na hora que nosso caminho terminar, afinal de contas, mais valioso que o destino final é a jornada, quando por fim chegar a gente se reencontra, meu Véinho, meu pai Caíque, eu te amo”, escreveu em suas redes sociais.
Leandro também traz consigo o orgulho de passar os ensinamentos do pai à diante
Leandro Caproski fala sempre da inspiração que tem em seus pais, um casal que é conhecido pelo amor à família, pela dedicação ao próximo e por deixar um legado importante para todos que de alguma forma passaram pelo seu caminho.
Ele reforça, assim como as irmãs, a importância de ensinar os filhos a serem bons e gentis, mas não apenas com palavras, eles ensinam pelo exemplo e atitudes, assim como aprenderam com seu pai.
“Eu tento plantar a semente da humildade em minhas filhas, que é o mesmo valor de humildade e de boas ações que eu aprendi com meu pai. Neste Natal minha pequena pediu uma bicicleta nova, então eu e minha esposa conversamos com ela de que o Papai Noel pode trazer uma nova, desde que ela dê a dela, que não serve mais, para uma criança pequena que não tenha, ela topou na hora. É isso que eu quero deixar de ensinamento para elas, que belas atitudes começam cedo e que a caridade pode fazer parte do nosso dia a dia. Não somos perfeitos, longe disso, mas com certeza queremos fazer uma pequena diferença na vida das pessoas, uma pequena diferença no mundo. Agradeço todos os dias à família que Deus nos deu e obrigado à família Eco Regional por querer dividir a nossa história com a nossa comunidade”, finaliza Leandro.