Celebração será em dose tripla
Meio século dividindo alegrias, conquistas e construindo com muito trabalho e suor uma história digna de ser comemorada. O casal Lourdes Bertoncelli Dorigon e Dirceu Gasparin Dorigon, ambos com 72 anos, comemoram no dia 29 de janeiro suas Bodas de Ouro.
Ele é natural da Linha São Lourenço, interior de Arvorezinha. Ela é de Cinco Voltas, interior de Ilópolis. A primeira troca de olhares aconteceu em jogo de futebol, na comunidade onde Lourdes residia. “Nos conhecemos em um jogo de futebol que teve sequência em outras oportunidades. Nas primeiras vezes, apenas trocamos olhares, com o passar do tempo ele passou a me acompanhar até próximo à minha casa, e o amor começou a ser construído”, conta ela.
Mais tarde, Dorigon precisou tomar coragem e pedir à mão da amada em casamento. “Naquela época, eu antes precisava pedir autorização dos meus pais, para depois ele ir na minha casa e me pedir em namoro. Depois que o sim veio, só podíamos namorar na sala, no máximo com as mãos dadas”, lembra ela comparando o namoro deles aos namoros atuais.
O tempo passou e então veio a organização do casamento. “A nossa festa de casamento foi em casa, de manhã. Naquela época, os convidados além do almoço, ganhavam café, logo na chegada. Foi um dia muito especial, de muita comemoração”, recorda Lourdes ao contar que por um ano ficaram residindo na casa dos pais do marido, depois seguiram a vida sozinhos.
Juntos, Lourdes e Dorigon têm cinco filhos: Rogério, Rosangela, Claudiano, Andreana e Ricardo. O caçula, Ricardo, irá casar também no dia 29, junto à comemoração das Bodas de Ouro dos pais. No dia também será comemorado o aniversário de Lourdes. “Teremos festa em dose tripla”, comenta Lourdes. Somos muito gratos e felizes por ver nossos filhos todos casados e nossa maior alegria será ver eles todos reunidos”, acrescentou.
Dificuldades
O amor do casal, que há 26 anos reside em Doutor Ricardo, precisou ser forte para suportar as adversidades no início da vida juntos. “Antigamente era bastante sofrido, eu trabalhava como pedreiro e precisava sair de casa na segunda-feira e podia voltar só no sábado. Enquanto isso, a Lourdes ficava sozinha, tomando conta de tudo: dos filhos, da casa, da lavoura. Ela foi uma guerreira”, lembra Dorigon.
Na lavoura o serviço era braçal e quase todos os dias cerca de três quilômetros eram percorridos a pé para chegar até a lavoura. “No início não tínhamos onde plantar, até que peguei a bicicleta e fui até Arvorezinha pedir dinheiro emprestado e conseguimos comprar nosso primeiro pedaço de terra. Por vezes não tínhamos nem o que comer, mas nunca desperdiçamos nada, um cuidava do outro e íamos atrás do nosso sustento e o de nossos filhos”, recorda ele.
Hoje a rotina do casal é acordar cedo, fazer fogo no fogão à lenha, colocar a água do chimarrão para esquentar (independentemente do calor), tomam seu café da manhã juntos e depois seguem para os afazeres diários de casa. “O segredo da união é o respeito. Eu a pediria de novo em casamento quantas vezes fosse necessário”, disse ele. “E eu aceitaria todas elas”, finalizou Lourdes.