Laercio Sanson Chitolina relata com dor a perda da irmã Marinusa, que deixou a comunidade de Arvorezinha e região abalada
A morte de um ente querido, entre outros aspectos, é a interrupção de um forte laço de união e cumplicidade. Trata-se do fim de uma conexão que se manteve por muito, muito tempo. E embora a única certeza da vida seja a morte, ainda assim, nunca se está preparado para recebê-la. Às vezes, ela surge do nada, sem fazer sentido algum e pega todos de surpresa. Em outras, a dor se prolonga por anos e, ao final, a morte leva consigo a esperança da recuperação, da cura.
Esse foi o caso da arvorezinhense Marinusa Sanson Chitolina Costa Curta, que faleceu aos 44 anos, na última sexta-feira, 25. Dona de um sorriso largo e de uma energia contagiante, ela lutou por anos contra um câncer. Esposa de Cláudio, mãe de Natália e Nicole, filha de Artur e Maria Lourdes e irmã única de Laercio, ela partiu, mas deixou um legado de perseverança, otimismo, garra e fé.
A luta contra o câncer
De acordo com informações do irmão Laercio Sanson Chitolina, a doença surgiu há cerca de seis anos, quando de imediato foi iniciado o tratamento que perdurou até os últimos dias de vida de Marinusa. “O câncer se iniciou no seio. Foram cinco longos anos de tratamento direto após a cirurgia de remoção do tumor. Ao fim do tratamento desse primeiro nódulo, surgiu um segundo, agora alojado na cabeça. Após cirurgia de remoção desse segundo nódulo, ela iniciou então as sessões de radioterapia. Ao final desse tratamento, que ocorreu perfeitamente bem, tivemos a esperança de que o câncer finalmente havia sido derrotado. Mas no final de 2021, fortes dores nas costas e nas pernas fizeram com que novos exames fossem realizados, os quais constataram metástase na medula espinhal”, relata.
O irmão ainda acrescenta: “Durante todo o tratamento ela nunca se abalou. Encarou a doença com garra e firmeza e nos deu muitos exemplos de força”, recorda ele.
“Era prendada desde novinha”
Alegre, para cima, e solidária. É assim que Chitolina define a irmã. “E era para ela que eu recorria quando tinha algum problema. Ela nunca media esforços para me auxiliar, e assim era a Marinusa com as outras pessoas também. Ela fazia o bem sem olhar a quem. Tanto que foi integrante da Liga de Combate ao Câncer (para a qual se doava bastante), foi integrante do Conselho Paroquial e presidiu o CPM do Instituto Felipe Roman Ros com muita dedicação. Ela chegou a fazer parte de três entidades ao mesmo tempo, conciliando com o trabalho”, pontua.
Marinusa também era bailarina e, por muito tempo, dançou em um grupo de ballet. “Era prendada desde novinha. Na infância/adolescência já cozinhava muito bem, adorava fazer doces, pintava, bordava, costurava, enfim, ela era muito dedicada no que se propunha a fazer”, disse. “Ela trabalhou em um mercado aqui da cidade, trabalhou como pintora de imagens sacras em uma empresa também local e trabalhou em um bazar, e aí veio trabalhar comigo no negócio da família”, ele relata.
Chitolina encerra enfatizando que levará Marinusa para sempre como seu grande exemplo. “Eu me espelhava nela para tomar as minhas decisões. Ela era o pilar de sustentação da minha vida, onde eu podia me apoiar com a certeza de que não iria cair”, disse, emocionado.
“Quero agradecer às pessoas que nos ajudaram nessas últimas semanas em que ela esteve internada em Passo Fundo e Arvorezinha, aos parentes e amigos, aos médicos e enfermeiros que a cuidaram, e a todas as pessoas que oraram desde o início pela sua recuperação. De agora em diante, só nos resta a saudade, esse vazio no peito, essa ferida que se abriu em nossos corações e que nunca mais vai fechar. Mas tenho a certeza de que ela estará olhando por nós lá do céu, ao lado de Deus”, concluiu.