A esperança de que após a superação da pandemia viveríamos um tempo diferente, de muita paz, humanidade e compreensão aos poucos vai cedendo espaço para as imagens da guerra, das ondas de violência, das disputas de facções, da intolerância e manifestações de ódio, nas redes sociais, dentro dos lares, em eventos, nas ruas.
Esta foi a primeira semana que conseguimos respirar mais aliviados, sem a pressão da máscara sobre o rosto, e ao tirarmos as máscaras vemos rostos mais duros, mais intolerantes e agressivos.
O que está acontecendo com o ser humano? É inadmissível que nos dias de hoje sejamos obrigados a conviver com uma ameaça de guerra mundial, com as barbáries que estão acontecendo na Ucrânia, com milhares de pessoas sendo mortas, estupradas, esquartejadas. Tendo suas cidades destruídas e sendo obrigadas a fugir sem nada. É muito difícil, mesmo morando distante, assistir a tudo isso. E também ter que conviver diariamente com a violência, ter medo de sair à rua e, em muitos casos, também de estar dentro de casa.
Muita gente com medo dos próprios filhos dentro de casa, que são capazes de matar para conseguir dinheiro para usar drogas. Em outros casos, filhos pequenos que convivem com a violência diária dentro de casa, sendo agredidos e com medo de serem mortos pelos próprios genitores. Ainda, a situação de mulheres reféns dos próprios maridos, que às violentam de diversas formas diariamente, sem contar, o abandono e a violência praticada contra idosos, abandonados à própria sorte pelos filhos, que aguardam ansiosos pela sua morte, para se apoderar de seus últimos pertences.
Convivemos diariamente com os mais diversos tipos de violência, mas não podemos nos acostumar com isso, e achar que isso é normal. Pois não é.
Todo o ser humano tem o direito de viver em paz. E neste mês de abril, mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, dia 07 de abril, e a Páscoa no dia 17, temos a oportunidade de refletirmos sobre o nosso comportamento, o nosso egoísmo e o nosso comodismo diante da violência diária que enfrentamos.
Iniciamos nesta semana, a Semana Santa, uma semana voltada à reflexão. Um momento para nos voltarmos para o nosso interior, para que possamos reagir a tudo isso, de forma positiva e assertiva, para que possamos conviver com mais amor, tolerância e respeito. Afinal, só assim, vale a pena viver a vida.
A pandemia nos machucou muito, mas também nos deixou muitos legados positivos. Conquistamos avanços científicos em diversas áreas, somos mais digitais do que nunca, desenvolvemos resiliência, fortalecemos a esperança e percebemos o quando somos fortes quando o esforço é coletivo. Agora é hora de usar isso a nosso favor, é hora de superar a violência.