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Pedra da época dos jesuítas ficará exposta em frente à prefeitura

Pedra histórica foi encontrada no interior e está na UPF, onde foram feitos estudos sobre a época e a sua importância histórica

Por Fabiana Borelli

Uma pedra de marcação de divisa de região missioneira da época dos Jesuítas, encontrada no interior de Fontoura Xavier na década de 80, vai retornar ao município e ficar em exposição em frente ao Centro Administrativo Municipal.

Segundo o professor de história Armando Graff, quando a pedra foi encontrada não foi dada a devida importância para a descoberta. “Já se sabia da existência dessa pedra, mas não se dava muita importância, então nos anos 80 se resolveu entregá-la para estudos, porém naquela época não se teve muita conclusão. Ela foi colocada no Parque de Eventos e estava lá sem os devidos cuidados”.

Ele continua.: “Em 2015, já cursando história na Universidade de Passo Fundo, conversando sobre um trabalho de campo com o arqueólogo Fabrício Vicroski, falamos sobre a importância daquela pedra, e o fato de ter ficado com um estudo incompleto, então entramos em contato com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e eles aceitaram que a gente levasse a pedra para a UPF para realizar novos estudos”.

Graff conta que o Iphan chegou a mandar um documento para o Município para que a pedra recebesse maiores cuidados. “Ela estava lá bem mal cuidada. O Iphan mandou um documento pedindo que ela fosse melhor cuidada, pois do contrário o Município perderia a salvaguarda. Quando entramos em contato com eles nos foi recomendado que a pedra fosse levada para a UPF e que se fizesse um projeto para ver se o Município teria capacidade de cuidar daquele patrimônio”.

 

Importância histórica

O professor salienta que essa é a única pedra de demarcação de divisa da américa.  “Ela é uma demarcação de divisa de região missioneira. Aqui ela seria a divisão de um erval, onde habitavam índios Guaranis e Kaigangues, anterior aos Sete Povos, faz parte das primeiras 14 missões Jesuítas, em 1630”.

Ainda de acordo com Graff, no local tem mais pedras desenhadas, mas que não são da mesma época. “Lá no local tem mais uma parte dessa pedra, mas sem nada escrito, e também foram encontradas outras pedras escritas, mas essas de outra época, as escritas são em alemão arcaico, tem também uma lápide de 1888, escrito em alemão com o nome de Maurien e Ana Dat”.

 

A pesquisa

O estudo da pedra foi realizado no Laboratório de Cultura Aaterial e Arqueologia da UPF. O professor conta que auxiliou na pesquisa de campo. “A pesquisa bibliográfica ficou a cargo do professor doutor Tau Golin, do arqueólogo doutor Fabrício Vicroski e da professora doutora Jaqueline Ahlert, eu fiquei na pesquisa de campo. Foram retomados os estudos da década de 80, também tivemos o auxílio do Juan Draco do Uruguai, além de outras pessoas de fora do País”.

Ele conta: “Agora o Município quer trazer a pedra de volta, então vamos fazer uma exposição do resultado da nossa pesquisa para que todos possam saber o que essa pedra representa”.

 

Patrimônio fontourense

Para o prefeito Luiz Armando Taffarel a pedra é um patrimônio de Fontoura Xavier, e por isso quer trazer de volta e a deixar exposta para que todos possam conhecer. “Vamos colocar aqui na frente da prefeitura, ela vai ficar protegida por uma caixa de vidro. Até porque ela conta a história da construção do nosso povo, tem outros materiais da época em outros locais no interior, pedras e matérias deixados pelos índios e os Jesuítas, e temos que preservar”.

Ele finaliza: “Essa pedra é uma relíquia histórica e vai se transformar num ponto turístico aqui de Fontoura Xavier”.

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