Criador fala da facilidade nos financiamentos e da boa lucratividade que têm atraído novos produtores
Por Oneide M. Duarte
Tendo desde o início de sua colonização a suinocultura como uma das bases da economia, a atividade segue gerando renda e atraindo produtores em várias comunidades do município de Putinga.
No ramo desde 1999, o produtor Gilmar Zerbielli, morador de Linha São Pedro Alto, conta que a atividade foi muito importante para a sua família desde o início. “Trabalho com suínos há 23 anos e graças a Deus até hoje superei todas as dificuldades, paguei todas as contas, graças a esse trabalho”, comemora o produtor.
Ele conta que recebe os animais com cerca de 60 dias, ficando com eles mais 120 dias para a engorda, quando são carregados até uma empresa na cidade de Lajeado, onde é feito o abate.
“A empresa para qual presto serviço vende para mais de 100 países, e isso nos dá segurança, pois caso surja algum problema com um mercado comprador, outro mercado pode absorver nossos produtos, e isso nos dá confiança para continuar trabalhando”, conta Zarbielli.
Ele explica que a atividade tem atraído muitos produtores, haja vista que os financiamentos bancários para a construção dos chiqueirões têm sido facilitados. “Eu comecei com 470 suínos, e na época eu era um dos maiores criadores da redondeza, mas hoje continuo com os mesmos números, porém tem muitos criadores que começaram depois de mim e tem três ou quatro vezes mais suínos do que eu, isso mostra que a atividade tem retorno”, afirma.
Somente na comunidade são criados mais de cinco mil suínos. De acordo com a Secretaria Municipal de Agricultura, as localidades de Três Barras e Miguelzinho também se destacam pelo alto número de criadores.
O produtor acrescenta que o setor tem evoluído muito em níveis tecnológicos, dessa forma facilitando a vida do produtor. “Hoje é tudo automatizado, antigamente era preciso colocar ração com um carrinho de mão, ou a água era nos cochos, hoje isso é coisa do passado. As cortinas, por exemplo, baixam e erguem de forma automatizada, e isso é muito bom”, comemora o criador.
Sua propriedade, com cerca de 12 hectares, não comporta um chiqueirão maior em função da falta de espaço para destino correto dos dejetos. “Na verda0de eu tenho pouco espaço para dar o destino correto aos dejetos, e isso me impede de aumentar minha criação”, lamenta o produtor, que segue: “Hoje as normas sanitárias são rígidas e precisamos estar atentos à elas”.
Ele conta que caso algum animal do lote morra, a empresa precisa ser comunicada imediatamente. “Muitos me pedem se posso vender suínos por fora, mas isso nenhum criador pode, também não podemos ter chiqueiros para o consumo próprio na propriedade, tudo para evitar que alguma doença chegue até a criação. São normas e precisamos seguir para o bom funcionamento do trabalho”, explica.
Porém, a atividade pode apresentar alguns contra tempos, que segundo ele, são superados com dedicação e vontade. “Os animais não dão feriado, não dão descanso, precisamos estar sempre atentos, e apesar do alto custo do investimento e manutenção, hoje o lucro é considerável, podendo o financiamento ser pago mais facilmente”, diz.
O produtor conta com a ajuda da esposa e do casal de filhos, de 16 e 21 anos. “Gosto do que faço e espero que ao menos um dos meus filhos siga na propriedade, dando sequência ao meu trabalho no futuro”, fala.
Na propriedade também existe um viveiro de mudas de erva-mate, onde são produzidas mudas para toda a região. “Concílio as duas atividades, e isso me dá mais confiança para incentivar meus filhos a seguirem no campo”, finaliza.