O Dia do professor, além de comemorativo, remete a reflexões sobre a Educação
Todos os professores dedicam sua vida ao ensinar. E, como são tão importantes na vida de todas as pessoas, merecem, sem dúvida, uma data comemorativa no calendário. Essa data, no Brasil, é 15 de outubro. A data foi criada em 1963 durante o governo de João Goulart. Além disso, se refere a D. Pedro I, que em 15 de outubro de 1827 criou uma lei sobre o Ensino Elementar.
No Dia do Professor celebramos o profissional que com sua boa formação garante educação avançada e de qualidade.
Além de comemorar, homenagear, parabenizar e reconhecer os méritos desses profissionais indispensáveis para o mundo e para todos os seres humanos, de todas as nacionalidades e classes sociais, é preciso refletir sobre os desafios que eles enfrentam ao longo da carreira. Todos concordam sobre sua importância, mas, infelizmente, esse reconhecimento não se reverte em valorização, tanto salarial quanto sobre a formação profissional, especificamente no Brasil de hoje.
Ser professor não é mais um sonho para os jovens
É o que relata o professor de Matemática Rojani Enderli, que trabalha na Escola Estadual Pandiá Calogeras, de Camargo: “quase nenhum aluno, hoje, fala em ser professor no futuro porque não tem mais estímulo pra isso. Está sendo difícil, muitas responsabilidades e atribuições que não são só nossas, mas que acabam recaindo na escola visto que algumas famílias não conseguem resolver, principalmente quanto a valores, problemas familiares entre outros. Isso afeta o comportamento e o rendimento escolar dos alunos”, ressaltando a dificuldade de conseguir um professor quando surge a necessidade de completar o quadro das escolas.
Enderle fala também sobre sua trajetória profissional: “estudei nessa Escola quando jovem e sempre tive facilidade com os números. Sonhava em fazer faculdade, algo muito difícil para época. Queria fazer Engenharia, que precisava de turno integral para isso. Como eu precisava trabalhar também, optei pela Matemática então. E, antes de me formar, em 1995 surgiu a oportunidade de começar a lecionar através de um contrato emergencial em outro município e, em 1998, consegui transferência aqui para Camargo, onde eu já morava, nessa mesma Escola, onde trabalho até hoje. Já fui diretor e vice-diretor”.
Sobre o sentimento em ser professor, Enderle diz gostar muito, embora já um pouco cansado pelos anos trabalhados, mas com força para finalizar a carreira com a aposentadoria daqui a alguns anos.
“É muito gratificante ver a evolução dos alunos”
Na mesma Escola do professor Rojani, trabalha seu filho e ex-aluno Jean Enderle, professor de Educação Física. Ele conta que sempre gostou muito de esportes e sempre foi muito competitivo mas que foi no Ensino Médio que surgiu a vontade de ensinar, de repassar conhecimentos e o caminho natural, para aliar as duas atividades, foi tornar-se professor: “comecei a trabalhar em 2020 e é muito gratificante ver a evolução dos alunos na práticas dos esportes”.
Jean Enderle conta que trabalha também em Marau e Nova Alvorada, em escolinhas de futsal. Ele finaliza: “gosto muito da minha profissão, mesmo não sendo tão valorizada como deveria ser”.
Em nome de Rojani e Jean Enderle, nossa sincera homenagem a todos os professores e professoras de nossa região, que com seu trabalho, dedicação e amor pela profissão, ajudam a construir um mundo mais fraterno e humano. Além de especialistas em suas áreas de atuação, são especialistas em relacionamento humano, em acolher e apoiar todos os que chegam em suas salas de aula em busca de um futuro melhor. Parabéns a todos os professores e professoras.