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Camargo é um dos municípios gaúchos que mais cresceu segundo o Idese

Suinocultura é o grande fator de crescimento da renda do município

O Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) é o indicador que sinaliza a situação socioeconômica do estado e dos municípios, a partir de dados relativos à Educação, Saúde e Renda, em uma escala que vai de 0 (pior resultado) a 1 (melhor resultado).

Em relação aos municípios gaúchos, o Idese divulgado na semana passada é um índice que tem por objetivo medir o seu grau de desenvolvimento, a partir de aspectos quantitativos e qualitativos quanto ao desenvolvimento nas três áreas citadas. Sua divulgação incluiu também os indicadores por Coredes (Conselhos Regionais de Desenvolvimento), além de outras regionalizações importantes para o planejamento, como as Microrregiões do IBGE, Regiões de Saúde, Educação, etc.

Na região de cobertura do Eco Regional, Camargo destacou-se, tanto a nível regional como estadual, pois foi um dos municípios que mais cresceu no estado, diferentemente de muitos municípios, atingindo o índice de 0,982 na área de renda, crescendo 88 posições, e ficando em oitavo lugar no ranking geral.

O principal impulsionador desse crescimento extraordinário é a suinocultura. Atualmente Camargo tem mais de 120 criadores de suínos, que proporcionam um crescimento no faturamento, de ano a ano, segundo dados da Prefeitura Municipal e da Emater. Em 2019 foi de R$ 61 milhões e em 2020 mais que dobrou, chegando a R$ 137 milhões, sendo que desses, R$ 5 milhões retornaram ao Município em forma de impostos. Geração de emprego e renda, prestação de serviços e o desenvolvimento do comércio local são alguns dos benefícios que o crescimento proporciona para os seus cerca de 2.700 habitantes.

Além da suinocultura, principal fonte de renda do município, a avicultura também se destaca como a segunda fonte de renda.

A prefeita de Camargo, Jeanice de Freitas Fernandes, destaca a importância da suinocultura para o município. “Somos o sétimo município do estado na produção de suínos; temos também a avicultura, os grãos, o leite, mas a suinocultura, realmente tem uma expressão muito grande no cenário econômico de Camargo”. Ela garante que, mesmo com esse grande crescimento na criação de suínos, o Município trabalha para diversificar a economia local e seguir crescendo.

Asuicar congrega e estimula os produtores

 O presidente da Associação dos Suinocultores de Camargo (Asuicar), Mateus Filippi, 29 anos, comemora o resultado do Idese. Atualmente, a associação integra 96 produtores dos mais de 120 que existem no município, sendo um importante apoio para eles. Entre as atividades que a entidade oferece aos associados, estão encontros e reuniões para compartilhar e buscar conhecimentos, trocar ideias e discutir assuntos referentes à atividade. A questão das tecnologias é muito discutida também, já que cada vez mais ela está presente nas propriedades rurais.

Filippi, um jovem líder, à frente da associação, representa a possibilidade de conectar o mundo tecnológico às atividades do agronegócio. “O jovem de hoje já está lá na frente, com outras ideias. Os mais velhos nos ajudam com sua experiência, com seus conselhos. Juntos, crescemos e vamos em frente”.

A família investiu em um silo de grãos para melhorar a rentabilidade e está muito satisfeita

“Hoje, em Camargo, a suinocultura está em expansão por vários motivos.  Vejo jovens, como eu, querendo ficar no meio rural, pois está valendo a pena financeiramente.  Os incentivos do Poder Público Municipal, nas várias gestões, desde a emancipação, são muito importantes para os suinocultores, como os serviços de máquinas e outros. A empresa integradora é importante porque oferece todo o suporte e orientações, passa confiança, segurança e estimula o produtor a investir”.

Porém, nem tudo é só tranquilidade e facilidade, como tudo na vida. Atualmente, o que preocupa os suinocultores é o alto custo da alimentação dos suínos. O preço da soja e do milho, base das rações, está alto. E para quem pretende começar agora na atividade, o custo para construir uma pocilga gira em torno de R$ 1 milhão. Mas, o que alenta os criadores é a previsão de uma melhora nos valores pagos pelas empresas a eles.

Irmãos Filippi (Claudino e Vitorino) com os filhos Mateus e Jean Vitor em frente aos galpões, felizes por garantir a sucessão

Daros & Lodi contribuiu significativamente para o crescimento

A Integradora de Suínos Daros & Lodi, sediada na linha São Pedro em Camargo, desempenha um papel significativo no desenvolvimento da suinocultura no município e na região. A empresa conta com cerca de 95 integrados em Camargo, além de integrados de outros 15 municípios vizinhos, sendo que suas vendas são contabilizadas no município de Camargo.

A Direção da empresa destaca o trabalho realizado nos últimos anos, que tem focado na expansão do plantel de suínos e de produtores integrados, através de investimentos, contribuindo para o resultado positivo de Camargo no Idese.

Segundo a Direção, no biênio 2019/2020, a suinocultura viveu um período de grande rentabilidade em função do contexto econômico mundial; as altas exportações de carne para a China, principalmente, e os baixos custos de produção, impulsionaram a produção e incentivaram novos produtores rurais a investir e entrar para a atividade.

Outra questão que ajudou Camargo a dar um salto nos indicadores econômicos, é o fato de que, além dos produtores de Camargo, a produção dos outros integrados dos municípios vizinhos, entram na conta do município quanto ao retorno de ICMS referente à venda dos suínos, pois a empresa está situada em Camargo.

“Independentemente de qual o município a empresa investe, o retorno é para Camargo, tudo reflete em Camargo, já que os suínos saem daqui e retornam para cá, de onde saem novamente para a venda. A tributação de venda é toda revertida para o nosso município, onde a empresa tem sua sede. E o período que o Idese apontou esse “boom” no crescimento, é justamente o período de maior expansão da suinocultura no Brasil, em função de vários fatores que, juntos, proporcionaram esse resultado”, ponderam os gestores da empresa. “Cabe ressaltar que os municípios onde temos integrados tem o benefício de elevar o valor adicionado pela movimentação da ração e dos suínos que são transferidos para as propriedades, além do valor pago pela empresa aos integrados pela engorda dos animais” também explicam.

Sobre os anos de 2021 e 2022, os diretores explicam que apesar da suinocultura estar dando prejuízo, “a empresa usou o que tinha no estoque para equilibrar e poder sobreviver. Não tem como trabalhar dois anos no prejuízo. O estoque de milho, por exemplo, ajudou a manter o plantel de animais e não diminuir a produção da empresa”.

Dessa forma, no momento o cenário para a suinocultura, é de prejuízo, afirmam, seguindo a conjuntura dos últimos dois anos. “Já foi pior, já foi terrível durante parte do ano passado, quando chegou a ter dois reais de prejuízo por quilo. Hoje, o prejuízo não chega a tanto e acreditamos que essa fase de crise está chegando ao final”.

As causas para essa crise estar chegando ao fim no setor, ainda segundo os gestores, devem-se ao mercado, que está diminuindo a oferta em função de muitas empresas estarem encerrando as atividades, o que, consequentemente, diminui a disponibilidade do produto para a venda, ocasionando uma alta no valor da carne para quem continuar produzindo. Essa é a lei imutável do mercado, a lei da oferta e da procura e vale para o mundo todo, para todos os produtos e para todos os mercados.

Empresa mantém uma ampla estrutura em Camargo e garante a sustentabilidade da atividade mesmo em períodos em que os negócios não são tão promissores

 

 

 

 

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