Casos da doença crescem em todo o país
Por Oneide M. Duarte
Mesmo estando no verão, o período mais quente do ano que aos poucos vai ficando para trás, a preocupação com um problema típico do calor não diminui, que são os cuidados com o Aedes Aegypti, mosquito causador da Dengue, doença que todos os anos assusta milhões de brasileiros.
Em 2022 por exemplo, os registros de casos da doença no país aumentaram 162,5% em relação ao ano anterior. No total, foram 1.450.270 casos (taxa de incidência de 679,9 casos por 100 mil habitantes). Houve também recorde de mortes, com 1.016 vidas perdidas em função da doença, com 109 casos ainda em investigação. O Rio Grande do Sul aparece na quinta colocação dos estados com mais óbitos por causa da doença, com 66. Desses, um caso autóctone foi registrado no município de Putinga. Segundo alguns especialistas, existem indícios de que o número de casos ao longo de 2023 em todo o país poderá superar o de 2022, acendendo o alerta para o risco de epidemia da doença.
Caso é registrado em Arvorezinha
Nesta semana, foi publicado o caso de um jovem de 27 anos, morador da área urbana da cidade que está internado no Hospital São João de Arvorezinha com confirmação de dengue. Segundo as primeiras suspeitas, trata-se de um caso importado, haja vista que o paciente esteve no litoral durante alguns dias, e ao retornar procurou ajuda na UBS com sintomas típicos da doença, como febre, dor de cabeça e dores nas articulações. Sobre o estado de saúde do paciente, não foram repassadas maiores informações.
A Secretaria Municipal de Saúde de Arvorezinha salienta que já vem realizando um trabalho de bloqueio nos locais próximos onde reside o paciente, coletando amostras de larvas para serem encaminhadas para avaliação. Além disso, a secretaria alerta para que a população tome os devidos cuidados eliminando águas armazenadas que podem se tornar possíveis criadouros de larvas do mosquito, como vasos de plantas, pneus velhos, garrafas plásticas, entre outros. Ainda de acordo com a secretaria, é importante que terrenos baldios sejam limpos, a fim de evitar acúmulo de lixo que também podem se tornar criadouros do mosquito. “Diversas ações já vêm sendo feitas desde o início do ano para a contenção e prevenção desse problema de saúde”, diz Bruna Baldissera, enfermeira do Posto de Saúde Central de Arvorezinha.
O que é a dengue?
A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos que nos últimos anos se espalhou rapidamente por todas as regiões da Organização Mundial da Saúde (OMS). O vírus da dengue é transmitido pelas fêmeas, principalmente da espécie Aedes Aegypti e, em menor proporção, da espécie Aedes Albopictus. Esses mosquitos também transmitem chikungunya e zika. A dengue é generalizada ao longo dos trópicos, com variações locais de risco influenciadas pela precipitação, temperatura e rápida urbanização não planejada. Nas Américas, o principal vetor da dengue é o mosquito Aedes Aegypti.
Existem quatro distintos, porém intimamente relacionados, sorotipos do vírus que causa a dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A recuperação da infecção fornece imunidade vitalícia contra o sorotipo adquirido. Entretanto, a imunidade cruzada para os outros sorotipos após a recuperação é apenas parcial e temporária. Infecções subsequentes aumentam o risco do desenvolvimento de dengue grave.