O casal Jeferson Siqueira e Vera Lúcia Bubolz conta que plantar flores na rua onde moram, numa das entradas/saídas da cidade, aquela do moinho, na rua Daltro Filho, surgiu por acaso, depois que ela expressou vontade e plantar flores no pátio da casa, e ele foi comprar três pneus usados para esse fim. O que veio a seguir, é o que acontece com muitos artesãos e empreendedores.
“Começamos de brincadeira; gostamos do resultado dos três primeiros e tivemos a ideia de fazer mais, de inventar e criar com outros modelos de pneu. Apareceram pessoas pedindo se nós vendíamos e aí fomos fazendo e pegando gosto, inventando modelos diferentes, a Vera foi criando as cores com as tintas e fomos indo”, relata Jeferson, explicando o início do trabalho com pneus que viram vasos de flores, que decoram os arredores de sua casa e rua onde moram.
O local chama a atenção de todos os que passam por lá, pelo toque de delicadeza e pela beleza que as flores e os vasos emprestam ao local. Jeferson conta que sempre onde o casal morou, o capricho esteve presente. “Dá serviço, mas daí vem a inspiração e a vontade de fazer. A gente tem que se sentir bem no lugar onde mora; se mais pessoas fizessem isso, como seria bonito”, reflete. “Começamos a fazer para nós, para nos sentirmos bem, inicialmente, e depois para mostrar nosso trabalho. E, acabamos fazendo para quem quer também”.
O artesanato em pneus teve início em março desse ano e as vendas têm sido satisfatórias, segundo os artesãos. A empresa obteve seu registro legal há pouco tempo, por isso não está sendo muito divulgada ainda. Sobre o futuro, Jeferson diz que a atividade exige mão de obra e dedicação, mas é um material de durabilidade é infinita, “com divulgação e as pessoas se interessando, isso não tem limite”.
Vera afirma que gostam muito desse trabalho, embora o carro chefe da empresa não sejam os vasos. “Nossa principal atividade são as mudas de erva-mate por enquanto, mas quem sabe, no dia de amanhã podem ser os vasos. Isso é uma terapia”.
“O meio ambiente agradece”
A matéria-prima para os vasos vem dos borracheiros de forma gratuita, que veem nisso uma forma de dar um destino adequado aos pneus que já não têm mais utilidade. Isso ajuda aos artesãos terem um custo menor de produção e, por consequência, podem vendê-la a um preço mais em conta também. As sobras dos vasos também são destinadas corretamente para a reciclagem, tornando a confecção ambientalmente sustentável.
O processo é trabalhoso, mas compensatório. “O pneu considerado adequado para virar um vaso, é virado de fora para dentro, cortado, emparafusado, montado, pintado, entre outras atividades”, descrevem, explicando que a atividade é realizada no porão da casa.
Para finalizar, eles deixam claro o que pensam sobre embelezar a cidade. “Não devemos esperar tudo pelo Poder Público. Se cada um fizer um pouco, a cidade fica mais bonita, mais organizada, mais aconchegante. Não custa nem muito dinheiro, nem muito trabalho e o meio ambiente agradece; basta um pouco de vontade. É a primeira rua de Arvorezinha que tem essa decoração e isso nos deixa felizes”, encerram, orgulhosos do seu trabalho, relatando que percebem que muitas pessoas passam na rua só para ver os vasos com flores coloridas que estão nas calçadas.