Assim como a família Riva (confira matéria nesta edição), a família Antunes Dias, também moradora da Linha Terceira Giusti, em Anta Gorda, viveu um pesadelo no dia 01 de maio.
“Eram 11h da manhã. Meu marido, meu filho de 16 anos e eu, tínhamos deitado todos na mesma cama, pois o tempo estava muito feio, mas levantamos quando ouvimos uma batida na porta. Era a família Riva desesperada pedindo socorro”, conta Ivonete Antunes Dias. Meu marido pegou o trator e fomos todos ver o que tinha acontecido na residência da família. Queríamos ajudá-los. Tiramos alguns itens de dentro da casa e nisso, o Antônio Riva disse que sentiu o chão tremer. Corremos para um local onde ele falou que era seguro. No dia seguinte, meu marido disse que ia pedir a chave da casa para o João Bettoni, para ficarmos abrigados lá. E assim aconteceu. Lá ficamos todos juntos, a família Riva e a nossa”, acrescenta.
Posteriormente, ao retornar para a residência, a família Antunes Dias percebeu inúmeras rachaduras na casa, ocasionadas pelo tremor de terra. “Eu nunca imaginei passar por isso. O engenheiro da prefeitura veio até nossa casa e disse que é preciso esperar de dois a três meses para uma avaliação mais completa. Assim, nos aconselhou a tirarmos as coisas de dentro de casa e saímos dela”, relata ao contar que também não há acesso para a roça, pois a ponte foi destruída.
Ivonete expressa o tamanho de sua dor. “Eu já chorei tanto nesses últimos dias que não tenho mais palavras para expressar o tamanho da minha dor em ter que abandonar minha casa. Pessoas de Ilópolis e Arvorezinha vieram nos ajudar a tirar algumas coisas de dentro da residência e disseram para pegar o que eu mais precisava, mas como vou escolher o que pegar se tudo veio do meu suor, do meu trabalho?” questionou.
Segundo ela, a casa era grande e a família estava bem acomodada. “Nós éramos de Arvorezinha, apareceu esse negócio em Anta Gorda e nos mudamos para cá. Recém tínhamos terminado de pagar nossa área de terras e então começamos a arrumar a casa. Fazia um mês que tínhamos pintado ela, pois queríamos deixar esse lugar cada vez mais bonito”, frisou. “Tenho certeza que isso é coisa da natureza, pois Deus não iria querer nos ver sofrer assim. Deus está conosco e vai permanecer. Agradeço a Ele por estarmos vivos e agradeço ao João Bettoni e sua família pelo acolhimento. Nossa ficha ainda está caindo”, finalizou.