O Governo Federal adiou a solenidade de lançamento do Plano Safra, série de medidas de incentivo aos produtores rurais para a próxima temporada, por meio de linha de crédito, que estava marcada para o dia 25 de junho.
O anúncio do Plano Safra será feito no dia 3 de julho, quarta-feira, segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, que participou de um encontro no dia 25 de junho com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com o adiamento, o anúncio do plano será realizado já com o ano safra em andamento, que começou em 1º de julho.
Segundo Teixeira, os valores destinados ao Ministério do Desenvolvimento Agrário já estão definidos. No entanto, os recursos destinados ao Ministério da Agricultura ainda precisam de ajustes antes da divulgação oficial.
Teixeira também afirmou que o valor do Plano Safra será de R$ 475,50 bilhões. Com o setor de agricultura empresarial recebendo R$ 400,58 bilhões em crédito, com R$ 239,88 bilhões destinados ao custeio e comercialização e R$ 106,7 bilhões para investimentos. A agricultura familiar terá R$ 74,98 bilhões.
O custo com equalização de juros do Plano Safra vai aumentar 23%, para R$ 16,7 bilhões. Para a agricultura empresarial, o Tesouro Nacional vai aplicar R$ 6,3 bilhões em equalização de juros, em comparação aos R$ 5,1 bilhões da safra atual.
Protesto na Fenarroz 2024
A Feira Nacional do Arroz (Fenarroz) chega à sua 24ª edição, marcada para acontecer de 06 a 11 de agosto, com abertura oficial programada para sexta-feira, dia 9 de agosto, às 10h, no Parque da Fenarroz em Cachoeira do Sul. O evento, que é um marco no calendário agrícola do Rio Grande do Sul, se posiciona este ano com o tema central focado na reconstrução do agro. Ela é o segundo maior evento orizícola do mundo, ocorrendo em intervalos de dois anos.
Os produtores rurais protestam contra as falhas do Governo Federal em relação à ausência de medidas em benefício do setor após a tragédia climática. A manifestação está presente em várias rodovias do estado. Máquinas agrícolas foram estacionadas às margens das estradas com o intuito de chamar a atenção para o momento crítico do agro no Estado.
Os produtores rurais reivindicam o pronunciamento com anúncios concretos por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou no início de maio uma lista com as principais demandas. A manifestação se concentrou na rodovia entre Pelotas a Quaraí, passando por Bagé e Santana do Livramento. Nesta região, segundo a Farsul, quando a enchente ocorreu, 30% das lavouras estavam para ser colhidas.
O movimento já prepara um plano B. Se nenhuma medida for anunciada, um encontro será realizado no dia 4 de julho, no Ginásio da Fenarroz, para alinhar a estratégia para que as reivindicações sejam acatadas.
Propostas
- Prorrogação de parcelas: custeio, investimento e comercialização, independentemente da fonte dos recursos.
- Crédito reconstrução: focado em reinvestimento e capital de giro.
- Crédito reinvestimento: para reconstrução da estrutura produtiva, incluindo bens de capital e infraestrutura de apoio à produção.
- Crédito giro: destinado à redução da alavancagem com credores e custeio da próxima safra.
- Critérios de enquadramento: simplificados, para produtores rurais em municípios afetados por inundações com decreto de emergência ou calamidade pública.
Embora o ministro Carlos Fávaro tenha se colocado à disposição do setor produtivo, reconhecendo a necessidade de simplificar leis e linhas de financiamento, os produtores esperam mais. Desejam não só propostas, mas avanços de fato para a reconstrução do setor agropecuário no Estado.
A Farsul atua na linha de frente, na defesa dos produtores rurais. O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou que este não é um momento para ideologias e sim para unir forças e reconstruir o que foi perdido.
O evento promete ser um ponto de encontro vital para produtores, empresários e comerciantes, oferecendo uma plataforma para transformação, geração de renda e exploração de novas oportunidades de negócios. A Fenarroz se destaca não apenas pela exposição de produtos e serviços, mas também como um espaço para ficar por dentro das últimas tecnologias e inovações no setor agrícola.
A feira deste ano reitera a importância das exposições e eventos fundamentais para o momento de recuperação e fortalecimento dos setores de agronegócio, pecuária, indústria e comércio, essenciais para o desenvolvimento econômico regional e nacional.