Ana Isabel Venzon, coordenadora do Cras (Centro de Referência em Assistência Social) e do projeto de proteção das pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), contou sobre a importância desse projeto que está sendo desenvolvido no município.
“Esse projeto é de extrema importância, visto que ele visa a proteção e a ampliação dos direitos das pessoas com TEA. O objetivo é atender os casos que já têm o diagnóstico fechado, em crianças, adolescentes e adultos, o que já está sendo cada vez mais frequente, então buscamos avaliar e entender essas situações e buscar uma prospecção de quantidade e levantamento. Isso é um trabalho em consonância com as escolas, com a Saúde, Assistência Social e Educação, onde englobaremos esses eixos”, afirmou a coordenadora.
Ana também falou sobre os diagnósticos de autismo no município: “Atualmente temos três casos de diagnósticos de autismo concluído, um deles é o meu filho e mais dois casos ainda em análise, porque demanda um tempo; são fases e avaliações com profissionais que precisam ser feitas. Por exemplo, meu filho passou por três profissionais para o diagnóstico ser concluído, e levou quase um ano para ser definido. No mundo moderno, não existe só o autismo, também existem outros transtornos: transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, o TDAH, e vários outros transtornos de aprendizagem que demandam um tempo também; mas são cinco casos, três com diagnóstico concluído e dois continuam em andamento”.
Ela também frisou que Camargo é um dos poucos municípios, talvez o pioneiro, a ter um programa voltado para a situação do autismo na região: “Outros municípios também têm esse programa, como Vila Maria e Nova Alvorada, mas claro, cada projeto tem as suas especificidades dentro da realidade de cada município e da própria política do atendimento, para poder ser literalmente efetiva”. Ana também disse que os casos de autismo estão aumentado dia após dia. “São níveis dentro desse transtorno: o nível um é leve, o nível dois é médio e o nível três é o mais complexo. Dentro desses níveis estão as especificidades verbais, não verbais, condição social, seletividade alimentar, cada um tem suas especificidades, por isso a importância de um diagnóstico bem elaborado e definitivo, que possa especificar os atendimentos e o acompanhamento que a pessoa com autismo vai precisar”.
Ana continua relatando sobre as especificidades dos diferentes diagnósticos e níveis do transtorno. “Têm autistas que falam normalmente, que não têm problema nutricional, que conseguem ter um bom convívio social, como têm aqueles com bom um convívio social, mas não conseguem se comunicar, como meu filho. Normalmente, os autistas se alimentam por cor, textura, crocância dos alimentos, que isso também demanda o aprimoramento do treinamento das formações dos profissionais que estarão atendendo essas pessoas. No dia 16 de maio, o Projeto foi votado na Câmara e aprovado pela maioria dos vereadores”
Ela também falou da comemoração especial ao longo do ano: “Será instituída a Semana do Autismo no município e nas repartições municipais, na semana do dia 02 de abril, o Dia Nacional do Autismo, que também será celebrado no município. O TEA é um tema bastante novo, e é algo que ocorre há muito tempo, só não era diagnosticado e, se existia, não se conhecia. Hoje se conhece e os profissionais buscam cada vez mais o aprimoramento, mas é algo muito novo para todos nós. Então, nós precisamos conversar, pesquisar e entender; houve toda uma dedicação especial no município para esse projeto ser desenvolvido, e entrou para aprovação porque demandou conhecimento dentro de várias áreas, então é um conglomerado de várias ações e de entendimento, e tem o lado da educação e saúde nas famílias, que é algo necessário”, finaliza a coordenadora.