Manter os filhos por perto e fazer crescer a propriedade, é ter como sentimento a satisfação e a admiração
Cassiano Dalapicola, morador do interior de Putinga, divide com sua esposa Janete, e seus dois filhos, Gustavo e Diego, o trabalhado diário na propriedade. A família possui um free stall com 120 vacas de leite. Incentivados pelo pai, os filhos que optaram por estudar inseminação artificial, dão suporte às necessidades, visto que, em certas ocasiões, é preciso colocar em prática.
“Quando eu comecei a trabalhar com as vacas de leite, meus filhos não tinham nascido; nós começamos aos poucos, tínhamos apenas dez vacas, foi expandindo a produção, também havia alguns galpões inutilizáveis, e fizemos o investimento do free stall, quando o meu filho mais novo tinha entre seis ou sete anos. Meus filhos se criaram acompanhando a evolução da família, da granja e da propriedade, mas, inicialmente eles não tinham noção de como era isso. Agora que eles começaram a trabalhar bem na atividade, estão ajudando na inseminação e no serviço”.
Dalapicola, também comenta sobre as dificuldades de conseguir mão de obra: “Os meus filhos foram buscar conhecimento sobre a inseminação, para se aperfeiçoarem ainda mais; a mão de obra é apenas familiar. A questão de custo estava inviável, tinha muito, então começamos a cortar, eu pensei que eles iam fazer isso, porque um estudava de manhã, e o outro à tarde, quando um deles falta, o outro faz a inseminação. Atualmente, a inseminação com veterinários custa em média entre R$ 70 e 80, depende, e como é caro, investimos em outra área”.
Ao falar sobre o planejamento de seus filhos, Dalapicola afirmou: “Meus filhos estão estudando e fazendo cursos para aperfeiçoarem à atividade, e assim, termos retornos melhores, conforme precisamos. Antigamente, não tinha oportunidades que se tem agora, então, é outro pensamento, outra forma de correr atrás das coisas e fazer”. Ele também afirmou sobre suas vacas: “Agora nós temos 120 vacas na propriedade, a média de produção diária é de 2.500 litros por dia”.
Gustavo, filho mais velho de Delapicola, falou sobre o curso de inseminador: “Foi por intermédio da prefeitura que me ajudou e me incentivou, então, meu irmão e eu seguimos esse incentivo. O veterinário foi até nossa casa, explicou e mostrou como funcionava a inseminação, e o resto aprendemos na prática; e eu estava pensando em cursar veterinária, só que logo que me formei no terceiro ano do Ensino Médio, não teria possibilidade, porque eu queria tirar um tempo para mim, esperar a situação mudar um pouco. E o mais difícil é que aqui é longe do curso de veterinária, então a única opção que eu tinha era me mudar, mas eu não posso deixar as coisas em casa do jeito que estão”.
O jovem de 19 anos, segue aprendendo a trabalhar na propriedade. “Estou aprendendo a cada dia, me entendendo, me ajeitando nas coisas, então achar alguém não é em um estalo de dedos, e também não podemos largar a família”, finaliza.
Diego, filho mais novo de Delapicola, também falou sobre o curso: “Eu comecei o curso no mesmo dia em que o meu irmão; não é tão difícil, porque o free stall é algo tecnológico, um sistema de produção inovador, e isso influência na nossa decisão de permanecermos no campo, porque a mão de obra se torna mais barata, não precisamos nos deslocar com as vacas para a roça; é um ambiente mais fechado e controlado, e a rentabilidade é melhor”, finaliza o jovem.
Cassiano, também fala como a tecnologia influencia seus filhos a ficarem em casa: “Influencia muito. Porque antigamente, do jeito em que as vacas estavam, eles já tinham caído fora, não gostavam da ideia, então ajuda porque não é tanta correria, é mais para cuidar internamente, e a produção também é melhor”.
Cassiano demostrou orgulho em ter os filhos em sua propriedade, e pelo gosto de Diego em criar gado de corte, algo que ele mesmo fazia quando mais jovem.