O frei Ivar Bianchi Brunetto, frade menor capuchinho de Camargo, contou sobre como a paróquia é uma referência em assuntos de cuidado com a agricultura, a motivação de estar na paróquia e explicou sobre a saudação franciscana.
“A saudação franciscana fraterna de Paz e Bem nos remete a São Francisco de Assis, nas ruas de Assis, na Itália, onde saudava as pessoas desejando paz, que é um dom de Deus e tarefa de cada um de nós. E o bem, só Deus é bom, mas a bondade dele está em nós, já que somos feitos à sua imagem e semelhança; hoje continuamos a lançar a semente do bem. Por isso, São Francisco, a partir de sua chegada a este mundo, como religioso, soube muito bem administrar a obra que Deus criou. O Senhor trabalhou, e cada criatura é uma obra e manifestação Sua”.
Ele prossegue: “Por isso que nós, frades menores capuchinhos, temos essa espiritualidade de viver e conviver com a natureza. Como precisamos do ar para respirar; à terra, São Francisco chamava de “Mãe”; a luz que nos ilumina é Jesus Cristo, a luz do mundo. Esses elementos da natureza fazem parte da nossa espiritualidade. A obra de Deus começou no passado, hoje nós, com todas as criaturas, continuamos a obra. Por isso que em todas as nossas paróquias e comunidades Franciscanas Capuchinhas, sempre temos a nossa horta para a nossa alimentação, da casa paroquial, que é um capricho que a mãe-terra nos oferece”.
O frei afirma que a horta, próxima ao terreno da paróquia, é cultivada por ele mesmo: “Nós temos em primeiro lugar a evangelização, anunciar o Evangelho e visitar as comunidades; temos 16 comunidades da Paróquia Santo Antônio; e no tempo livre, nós trabalhamos com a mãe-terra. Eu trabalhei por 30 anos em Rondônia, na formação, educação e seminários, e em todos os lugares em que passei – e nós freis passamos – trabalhei com a terra, para produzir. Então, aqui em Camargo, faz desde o dia 19 de janeiro que cheguei e estou continuando a obra que o Frei Protasio tinha; ele trabalhava muito com obras de arte de madeira, e inclui minha parte de agricultura, que eu gosto muito”.
Ele também conta sobre as obras com a horta e como isso serve de exemplo e inspiração para outras pessoas: “É uma obra que desde os imigrantes Italianos, da minha família ou das famílias descendentes, temos esse cultivo da natureza. Quando a pessoa tem um pedaço de terra, ela deve valorizar e tirar do cultivo da terra e ter o alimento necessário para o pomar; temos limas, laranjas e bergamotas, também temos um pé de abacate. A natureza nos concede essa alegria de termos o alimento que vem da mãe-terra, pura, sem agrotóxicos e poluição”.
Ele também falou que entrou no seminário com 14 anos e aprendeu sobre matéria orgânica. O frei frisou que adora coelhos, e que desde criança criava, e que talvez passe a criar os animais com o tempo.