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Quando as palavras nos faltam: Mãe, eu te amo

 

Onde encontrar aqueles que, mesmo em suas melhores formações e estudos

não travam a voz ou se perdem em suas palavras ao falar do amor de mãe? Há sentimentos que a linguagem não alcança, memórias que moram em silêncios, gestos que nenhuma palavra consegue traduzir. Talvez por isso tantos filhos se percam quando tentam dizer o quanto amam, o quanto são gratos, o quanto sentem falta.

Hoje, nesta coluna, empresto minhas palavras a esses filhos, aqueles que se

emocionam, mas se calam, que sentem profundamente, mas nem sempre sabem como dizer, que estão longe sentem falta de um abraço. Que este texto seja um abraço escrito, um sussurro coletivo de amor àquelas que nos ensinaram, mais do que tudo, o que é amar.

Mãe, tu foste nosso primeiro abraço, nosso primeiro alimento, nossa força antes de sabermos andar, nossas palavras onde somente sabíamos chorar. Mãe, tu és as mãos firmes e o coração aberto. Foste ninho e impulso. Em teus braços, aprendemos a sentir o mundo com suavidade, mas também a enfrentá-lo com coragem.

Antes mesmo de uma criança nascer, nasce uma mãe. Para que sejamos

filhos, precisamos vê-la, sentir seu colo, reconhecê-la como abrigo. Mas você não precisa de nada disso para nos amar, já nos reconhece antes do primeiro olhar, antes do primeiro toque, mãe ama antes do nome, antes do rosto, antes da vida começar a acontecer.

Há um ditado que diz: “os filhos são como flechas nas mãos do arqueiro” e não

vejo metáfora mais precisa para descrever o amor de uma mãe. Para lançar a flecha o mais longe possível, o arqueiro precisa primeiro trazê-la bem perto de si. Quanto mais próximo o fio do arco, mais a certeza de que a flecha rompera limites e irá mais longe, e é justamente dessa proximidade que nasce a força para o voo. É no acolhimento que se constrói a partida. É no vínculo que se gera liberdade.

Ser mãe é viver entre extremos. É nos manter por perto, mesmo sabendo que

um dia será preciso deixar ir. É ensinar sobre o mundo rasgando o próprio coração, só para que a gente possa crescer inteiro. É sorrir enquanto algo se despede dentro do peito.

Em suas muitas fases este amor vive no limiar das ambivalências, é viver com

saudade dos tempos que passaram e medo das que virão. É torcer para que o filho cresça, mas ao mesmo tempo desejar mais um minuto daquele abraço pequeno. É comemorar diplomas, casas, casamentos, netos, com um sorriso no rosto e um suspiro no peito. Porque, por mais que celebre o futuro, uma parte da mãe sempre sente falta do que ficou para trás. Dos pés pequenos correndo pela casa, da rotina exaustiva e de brinquedos por todo lado que hoje fazem tanta falta. Ser mãe é isso: é crescer junto, mas também se despedir em silêncio de muitas versões do próprio filho.

Quem poderia entender um amor assim?

Aos filhos deixa-se a marca da falta, a falta das suas mãos sempre prontas a

segurar as minhas, de quando os maiores desafios estavam nas letras ou nas

continhas, de você me ajudando a atravessar os medos, a insegurança, o

desconhecido. E mesmo quando voamos alto demais para que seus olhos alcancem, seu amor nos segue. Obrigada, mães, por ter cuidado e preparado o ninho mesmo sabendo que um dia ele estará vazio. Em ti fui abrigo antes de ser mundo.

Com amor a todas as mães, que com coragem, sabedoria e, acima de tudo,

amor, ensinam a vida e o mundo aos seus filhos.

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