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Setor da erva-mate enfrenta desafios, mas mantém esperança com a chegada do inverno

 

Por Cristiano Quadros

O empresário João Paulo Sabadin, à frente da tradicional Ervateira Sabadin, localizada em Arvorezinha, compartilhou a sua visão sobre os desafios atuais e as expectativas para o setor da erva-mate. Segundo ele, o calor intenso registrado neste verão teve um impacto direto no consumo da bebida, que tradicionalmente é mais procurada nos meses frios.

“Todo verão é quente, mas este ano foi um calor extremo, e isso realmente afetou o consumo de erva-mate”, afirmou Sabadin. “Também há uma instabilidade econômica que influencia o comportamento do consumidor, levando a uma diminuição geral na compra de bens como a erva-mate”.

Apesar das dificuldades, há um sentimento de otimismo com a chegada do inverno, período que naturalmente impulsiona o consumo do chimarrão. Para Sabadin, esta é uma fase de renovação tanto na procura como na qualidade do produto.

Outro ponto crítico destacado pelo empresário é a escassez de mão de obra para a colheita dos galhos, agravada pelo regresso de muitos trabalhadores estrangeiros, principalmente argentinos, aos seus países de origem.

“A extração ainda é muito braçal, feita em condições difíceis, e está cada vez mais complicado encontrar pessoas dispostas a trabalhar nesta atividade essencial para o setor”, relatou.

Sabadin também comentou sobre a tendência de consolidação no setor, onde ervateiras maiores acabam adquirindo empresas menores devido à divisão do mercado. Ele usou uma metáfora para explicar:

“O consumo de erva-mate continua o mesmo, mas é como uma pizza que passou a ser fatiada em mais pedaços, porque surgiram muitas marcas novas. Isso gera dificuldades financeiras, pois os custos fixos continuam, mas a fatia de cada um diminui.”

Para os próximos anos, a palavra-chave é esperança. O empresário acredita na força da tradição e na importância de manter viva a cultura do chimarrão, especialmente entre os jovens.

“Temos de lembrar as crianças e os adolescentes que o chimarrão faz parte das nossas famílias e da nossa identidade. Ele une, aproxima, e é uma tradição essencial para nós gaúchos”, reforçou. “Em Arvorezinha, cerca de 70% da arrecadação e da geração de empregos vêm das ervateiras. É um setor vital para o município.

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