Conhecida em Nova Alvorada pela alegria demonstrada nos grupos de terceira idade da qual participou, Aurora Bortolini já foi eleita a rainha dos bailes da terceira idade. “Foi uma alegria imensa ser escolhida como rainha, lembro-me bem como foi, sinto muita falta daquele tempo, das festas”, fala Aurora.
A felicidade de Aurora é contagiante, e ela admite sentir falta das músicas, bailes, festas e da turma que se reunia todas as semanas, nas quartas-feiras. “Nosso grupo era muito unido, todos os anos fazíamos viagens, íamos à praia em Santa Catarina, em Capão da Canoa, a turma inteira participava, são apenas lembranças boas”, relembra.
A pandemia que toma conta de todos os lugares mexeu demais com a vida de Aurora. “Esse ano eu fiquei até perdida, sem poder ver meus amigos, sem participar dos grupos, só em casa, não é fácil. Sempre é preciso encontrar o que fazer em casa. Eu faço o que posso aqui, cuido da horta, da casa, do marido, dos filhos, mas sinto muita falta daqueles momentos com a nossa turma toda reunida”, continua a sempre rainha.
Relembrando os encontros, ela fala das aulas e cuidados que eram feitos com o grupo. “Nossa professora vinha de Marau e fazia atividades de fisioterapia conosco. Ela avaliava cada um, para saber as limitações, e todos iam ao seu limite. Depois eram feitas as aulas de dança, as minhas favoritas”, conta Aurora.
Mas o que ela relembra com carinho são as idas do grupo aos bailes da região. “Todo sábado nós íamos aos bailes, em Camargo, em Marau, em Passo Fundo, por toda a região. Tinha o baile da pantufa, eu já ganhei duas vezes o prêmio, era muito bom, eu gostava muito. Às vezes as amigas não queriam participar do concurso, então eu dizia: deixa que eu vou então. Eu adorava as competições, as festas, aproveitava mesmo”, continua.
A vida de agricultora
Aurora reside há 57 anos em Nova Alvorada, sendo natural do município vizinho, Camargo, e ela reconhece o acolhimento que tem tido desde que chegou ao município. “Eu adoro todos aqui, fui muito bem recebida e fiz grandes amizades. Amo minha terra natal, mas o acolhimento daqui me traz um carinho imenso”, continua.
“Nós temos aqui um município e uma região agrícola, mas me preocupo com os jovens não querendo mais seguir com as propriedades, com as pessoas ficando mais velhas e sem ver a continuidade da agricultura. E quando não tiver mais pessoas no interior? No meu tempo, não havia muitas opções a não ser o trabalho na lavoura, hoje em dia está tudo diferente”, conta.
Em 26 de junho ela e o marido completaram 56 anos de casados, tendo sete filhos e cinco netos, que são a alegria de dona Aurora. “O que nos mantém neste período de pandemia é os filhos, os netos, esse contato com a família, o carinho deles. Enquanto não voltam os bailes, eu cuido da minha família”, finaliza.