As cooperativas agropecuárias Cotrijal, com sede em Não-Me-Toque, Cotripal, de Panambi e Cotrisal, de Sarandi, anunciaram em evento oficial nesta quarta-feira, 28, a construção de uma nova indústria para processamento de soja, com planta para produção de biodiesel. Com a presença de autoridades e imprensa, o evento ocorreu em Cruz Alta/RS, município onde o empreendimento será instalado. O anúncio é um marco importante na história das três instituições e também para o desenvolvimento do setor agro, em nível estadual e nacional. O investimento estratégico visa fortalecer a cadeia produtiva de soja, agregando valor à commodity que tem o Brasil como seu maior produtor e exportador no mundo.
Com capacidade para processar 3 mil toneladas de soja por dia (50 mil sacas de soja/dia), a nova planta industrial será responsável pela produção de óleo degomado, biodiesel, glicerina, farelo de soja e casca peletizada. Estes produtos são amplamente utilizados nas indústrias de alimentos, rações e biocombustíveis e devem abastecer tanto o mercado interno quanto o de exportação. No caso do farelo de soja e da casca peletizada, a produção da indústria deve abastecer, inclusive, a demanda das três cooperativas responsáveis pela iniciativa. No total, o volume anual de processamento deve chegar a cerca de 1 milhão de toneladas do grão (aproximadamente 16,5 milhões de sacas). O faturamento projetado é de R$ 2,2 bilhões por ano e a operação deve iniciar em 2028.
Cruz Alta/RS foi escolhida de forma estratégica para a construção do empreendimento, por conta de sua localização logística, proximidade com ferrovia e canais portuários. A indústria ocupará uma área de 138 hectares, localizada na zona rural, às margens da rodovia Luciano Furlan. A área construída será de 62 mil metros quadrados, com previsão de início das obras em janeiro de 2026, gerando aproximadamente mil empregos diretos. Está previsto o investimento de cerca de R$ 1,25 bilhão para a iniciativa – serão buscados recursos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em linhas específicas que oferecem incentivos para projetos de inovação e transformação. Com relação à armazenagem da indústria, deverá ser de 160 mil toneladas de grãos, além da capacidade disponível nas três cooperativas envolvidas no projeto. Além disso, o complexo será preparado para realizar o transbordo de soja própria, serviço que também será prestado para outras empresas e cooperativas, fortalecendo ainda mais a cadeia logística e comercial da região.
“A intercooperação é tanto uma realidade quanto uma necessidade. Com a união de três cooperativas, podemos aumentar significativamente nosso volume de produção, adquirir insumos em maior escala e negociar melhores preços. Isso nos permitirá comercializar nossos produtos com maior valor agregado, contribuindo para o desenvolvimento regional. Esse passo inicial pode impulsionar a criação de um parque industrial, abrindo caminho para novas oportunidades de industrialização na cadeia produtiva”, explica o presidente da Cotrijal, Nei César Manica.
Com o nome Soli3, a intercooperação entre as cooperativas dará origem a uma central, que será presidida, no primeiro ano de atividades, pelo presidente da Cotrisal, Walter Vontobel; no segundo ano, pelo presidente da Cotripal, Germano Döwich; e, no terceiro ano, por Nei César Manica, presidente da Cotrijal.
“Estamos vivendo um momento histórico, em que a união com outras grandes cooperativas do RS nos permite agregar valor ao que é do nosso associado. A criação de uma Central é um passo firme e decisivo, que fortalece os nossos negócios, impulsiona a sustentabilidade e leva desenvolvimento para toda a nossa região”, reforça Germano Döwich, presidente da Cotripal.
Para Walter Vontobel, presidente da Cotrisal, “a parceria entre as cooperativas é o alicerce para o sucesso deste empreendimento, pois fortalece o setor e impulsiona o desenvolvimento sustentável. A união entre Cotrisal, Cotrijal e Cotripal na criação da nova indústria exemplifica como a intercooperação pode gerar novos mercados e agregar valor à produção”.
“A Soli3 muda definitivamente a história e o futuro de Cruz Alta”, destacou a prefeita do município, Paula Rubin Facco Librelotto, durante o anúncio oficial. Ela enfatizou ainda o potencial logístico, a força na produção de grãos e o capital humano da cidade como fatores determinantes para escolha de Cruz Alta para instalação do empreendimento, além da importância da nova indústria para o desenvolvimento regional, bem como para a geração de empregos e renda.
“O empreendedorismo e a capacidade de associação e articulação entre as cooperativas envolvidas são um exemplo para todo o estado. Trata-se de um investimento concreto, que trará efeitos econômicos, como geração de empregos e riqueza, mas também um impacto que não pode ser medido, que é o poder do exemplo. Isso inspira, injeta ânimo e mostra que, a partir desse exemplo de empreendedorismo, outras cooperativas, empresas e os gaúchos como um todo possam olhar com confiança para o futuro do nosso estado”.
Juntas, as três cooperativas somam mais de 100 municípios em sua área de atuação e cerca de 35 mil associados, além de 2,8 milhões de toneladas (mais de 46 milhões de sacas) em capacidade de armazenamento de grãos.
Destaques:
• Investimento de R$ 1,25 bilhão
• Faturamento projetado de R$ 2,2 bilhões por ano
• Volume anual de processamento de aproximadamente 1 milhão de toneladas de soja (cerca de 16,5 milhões de sacas)
• Processamento diário de 3 mil toneladas de soja (equivalente a 50 mil sacas por dia)
• Endereço: Rodovia Luciano Furlan, Zona Rural, Cruz Alta/RS
• Área total de 138 hectares, com 62 mil metros quadrados de área construída
• Previsão de início das obras: janeiro de 2026
• Previsão de início das operações: 2028
• Geração de empregos: cerca de mil postos de trabalho durante a fase de construção, 150 empregos diretos na nova indústria e aproximadamente 500 empregos indiretos
Produtos:
• Biodiesel (600 toneladas/dia)
• Glicerina (60 toneladas/dia)
• Farelo de Soja (2.200 toneladas/dia)
• Casca de soja peletizada (180 toneladas/dia) |