Por Oneide Marcos
A primeira aplicação do Bacillus Thuringiensis Israelensis (BTI), uma medida de prevenção e controle do Simuliidae, popularmente conhecido como borrachudo, acontecerá neste sábado, 26 de outubro. A informação foi divulgada por Simara Louvison, extensionista social da Emater/RS – ASCAR, que destacou a importância da ação para conter a infestação do inseto que tem causado transtornos na região.
Simara explicou como foi feito o cálculo para a dosagem correta do produto. “Nós fizemos no escritório um cálculo a partir da medição da calha, que é referência, para fazermos a dosagem para cada produtor e, assim, ter uma aplicação mais precisa, para que o produto seja mais eficaz. Todos devem ter bastante atenção no momento de aplicar esse produto, com muito cuidado, porque ele custa caro e depende basicamente do cuidado do aplicador para funcionar direito.”
Ela também comentou que os produtores já possuem os equipamentos necessários para a aplicação. “Todos os produtores que são aplicadores receberam, há cerca de dois anos, um copo de medida e um regador, que são os instrumentos que eles precisam para aplicar o BTI”, afirmou Simara.
Além do uso do BTI, Simara ressaltou a importância do manejo ambiental para controlar a proliferação dos borrachudos. “É importante a questão de manejo e recomposição das matas ciliares, dos córregos, das sangas e dos rios, já que, no verão, os borrachudos se reproduzem muito mais rápido. Quanto mais sol as pedras onde estão as larvas pegarem, mais quente elas ficam acelerando o ciclo de vida dos insetos. Portanto, quanto mais mata ciliar, mais inimigos naturais essas larvas terão, e mais peixes irão consumi-las.”
Outro ponto levantado foi o cuidado com a matéria orgânica depositada nos rios. “Precisamos ter um cuidado enorme com o depósito de matéria orgânica nos rios, onde os animais têm acesso, pois acabam defecando dentro das sangas. Isso serve de alimento para as larvas, aumentando a produção. O BTI é uma via de controle, mas também há toda a questão de manejo por trás”, frisou Simara.
Sobre as aplicações planejadas, Simara detalhou: “o que usamos é em torno de 80 a 100 litros por aplicação. Faremos três aplicações, porque é o recomendado, assim cobrimos os ciclos das larvas, os insetos adultos e os que nascem novamente. Atualmente, fazemos intervalos de 15 dias, que é o ciclo de reprodução dos borrachudos. Após isso, faremos uma pausa de um ou dois meses, para em seguida realizarmos uma segunda remessa de três aplicações”, finalizou.