Governo federal não se posiciona frente aos inúmeros pedidos pela securitização das dívidas dos agricultores gaúchos, gerando manifestações fortes para que medidas sejam adotadas
Na última terça-feira, a vice-prefeita de Putinga, Marina de Col Bertuol, na companhia de Everton Graffitti, presidente do Legislativo, esteve participando de um evento de mobilização promovido pela Famurs sobre a securitização das dívidas dos agricultores gaúchos. Eles representaram a Administração de Putinga.
“Eu e o vereador Everton, participamos de uma mobilização em apoio ao agronegócio, junto com outros Municípios. O governador Eduardo Leite e a presidente da Famurs, Adriana Perin de Oliveira se posicionaram a favor da agricultura; vários deputados estaduais e federais e o senador Luiz Carlos Heinze estavam lá”, descreveu a vice-prefeita.
Nenhuma proposta do Governo Federal
Segundo ela, o Governo do Estado enviará uma carta, ao Governo Federal pedindo um esclarecimento, porque até agora a União não se manifestou, não apresentou sequer uma contraproposta desse pedido de adiamento das dívidas por 20 anos. O governo estadual enviou, fez um estudo de viabilidade financeira, com base no orçamento da União, para apresentar essa proposta, e o Governo Federal sequer apresentou uma resposta”, lamenta Marina.
Ela ainda diz que o RS pede que o Governo Federal, pelo menos, se posicione ou contra, ou a favor, ou apresente uma contraproposta, já que o Estado informou que aportará grande parte dos juros dessas dívidas.
PIB do RS teve redução de 60%
O governador Eduardo Leite frisou que 60% do PIB diminuiu, por causa desses eventos climáticos no Estado. “Isso impacta muito no Rio Grande do Sul, porque a maior economia provém da agricultura e não foi só a enchente do ano passado, mas as sucessões de eventos climáticos: secas e pré-enchentes também acabaram gerando esse grande impacto na economia. É o momento do Governo Federal olhar aqui para o Sul, para a agricultura, que mantém muito o Brasil, o restante dos Estados e também a questão da exportação”, segue a vice-prefeita.
“Os pedem a prorrogação de prazo com juros que sejam compatíveis à realidade de mercado. O Estado calcula que em torno de R$ 27,72 bilhões o tamanho da dívida que tem que ser amortizada esse ano pelos agricultores”, ainda relatou.
Putinga, como tantos outros Municípios pequenos, tem interesse em defender essa pauta, visto ter sua economia baseada no setor primário. “Não tem como nós não apoiarmos o nosso agricultor para que ele se sinta mais confortável na amortização dessas dívidas e continue investindo”, afirma.
“E a gente sabe, se o agricultor e a agricultura vão mal na questão safra, também vai respingar lá no comércio, e é por isso que a gente não pode ficar inerte a essa situação”, avalia Marina.
Situação é grave
Para Graffitti, a participação de Putinga nesse movimento é fundamental. “Estamos ao lado dos nossos agricultores nessa luta. A situação é ainda mais grave do que se imaginava, e exige ações urgentes por parte dos governos. Precisamos garantir que o produtor rural permaneça no campo, com dignidade e condições de trabalho”, destacou o vereador.