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Comunidade não está preparada para vivenciar uma nova enchente

 

Lembranças fortes fazem parte da família Cimadon, que perdeu a loja na enchente. Mas já recomeçou, com muita fé e trabalho

Por Jaqueline Merlin

Em conversa com Clarice Cimadon, ela relata que foram dois momentos marcantes vivenciados por ela e sua família. Primeiro a pandemia, ela e seu companheiro tiveram covid e precisaram se afastar do trabalho pelo período de um mês, mas, com sentimento de gratidão, reforça que tudo ficou bem, apesar do prejuízo, o desgaste e o sofrimento.

No ano passado, uma enchente assombrou o estado e Putinga não ficou de fora; teve uma grande repercussão pela questão geográfica da cidade e pelas fortes chuvas que acumularam, extravasando o rio que passa pelo centro da cidade, arrastando o que encontrou pela frente.

Clarice comenta: “nunca imaginei que acontecesse uma coisa assim. Começou aos poucos, quando a gente viu, encheu. Começou aquele mar de água. A polícia estava próxima e minha filha estava aqui também. Estavam ajudando, socorrendo as coisas. Mas chegou uma hora que tive que largar tudo e sair, deixar ali. As portas abertas, tanto na frente quanto atrás. Precisamos abandonar tudo. Fomos para Arvorezinha, na casa de minha filha. Ficamos lá por 13 dias. E quando voltamos, as pessoas vieram nos ajudar”.

Perdas somente materiais

Muitas coisas foram embora com a água: o estoque de vinho de consumo da família, mercadorias, a calçada da frente da loja e da lateral, os móveis. “Sabe o que é derrubar no chão tudo? O balcão novo que eu tinha comprado se foi. Mas enfim, coisas materiais. Foi a ajuda das pessoas, dos meus filhos, dos amigos e, trabalhando, enfrentando tudo, normalizou de novo”, comenta Clarice.

Ela ressalta que, apesar de todas as dificuldades que passou, não perdeu a esperança. “A vida é feita de altos e baixos. Mas, não podemos perder a fé. A fé é tudo. A fé é uma montanha, a gente tem que ter e coragem também. Erguer a cabeça e esquecer o que passou. Vida é para quem toca. Vida é para frente”.

Emocionada, ela comenta que se acontecer novamente uma enchente, ela não está preparada. Falou que pede a Deus misericórdia para quem mora perto dos rios porque ninguém quer passar por isso. Mas ela acredita que quem tem fé vai longe. “Aqui veio a água só do riachinho ali do lado, que transbordou. Veio também água da barragem e os deslizamentos. Começou a chover dia 28 de abril e se estendeu até dia 30, e dia 1º de maio a água entrou aqui, pois chovia ainda mais forte. Tinha proteção com sacos de areia na frente da porta da loja, mas a enxurrada levou embora. No dia primeiro de maio, a casa ficou rodeada da água. Foi até a metade da horta. Não teve mais tempo de fechar as portas”.

Tocando em frente

Com a voz engasgada e cheia de emoção, ela comenta: “minha filha e genro estavam aqui. Não sei de onde eles buscaram tanta força para nos ajudar”.

Para concluir, Clarice fala que é preciso levantar a cabeça e tocar em frente. Após um ano, tudo voltou à normalidade. Sua loja de calçados está em pleno funcionamento com vários modelos e estilos, com calçados quentinhos para o inverno e convida a comunidade a visitar o seu estabelecimento.

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