Foram dias e mais dias em que a família Bona, natural de Arvorezinha, vivenciou momentos de angústia, agonia, incertezas e desespero. O patriarca, Gervazio Bona, de 79 anos, foi acometido pelo vírus da Covid-19 ainda no mês de fevereiro, quando iniciou sua luta pela vida.
Os sintomas, segundo a neta Gisela Cima, a “Gisa”, iniciaram no dia 21 do referido mês, com enjoos e dores no corpo. “Sendo assim, ele foi levado para uma consulta na Unidade de Saúde, onde por meio de um exame, testou positivo para Covid-19 dias após a realização. O médico receitou um coquetel e foram seguidas as medidas de quarentena, onde retiramos nossa avó de casa para evitar o contágio. No decorrer dos dias ele passou a ter outros sintomas, como gripe, febre e sua coloração estava amarelada. Então, novamente precisou de atendimento”, relata.
Conforme ela, preocupada com a saúde de Gervazio, a família solicitou ao médico, no dia seguinte após o fim da quarentena, alguns exames devido ao fato de ele estar piorando. “A partir destes exames foi constatada hepatite medicamentosa, oriunda da Covid-19, e desde então ele precisou ficar no hospital. Seu quadro de saúde era grave, seu fígado estava parando de funcionar, mas a equipe médica foi muito eficaz e conseguiu reverter o quadro de saúde, o mantendo estável. O ‘vô’ reagia muito bem à medicação, mas entre idas e vindas ao hospital ele precisou internar novamente, pois estava com sequelas no fígado, intestino, pâncreas e bílis, e seu coração estava fraco. Ainda, começaram alguns transtornos psicológicos, sendo necessário atendimento especializado em Passo Fundo”, conta.
Após conseguir leito no hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo, Gervazio, que estava com fígado e rim praticamente parados, passou por dois procedimentos imediatos: drenagem de líquido da barriga e lavagem intestinal, sendo que o maior desafio era fazer seu rim voltar a funcionar. “Após os procedimentos e muita medicação, dias se passaram e seu organismo nos surpreendia cada vez mais. Com todo o suporte de médicos, enfermeiros, psicólogas, fisioterapeutas e família, ele foi reagindo, voltou a comer, levantar da cama e dar alguns passos, impressionando inclusive os médicos”, relata.
O amor auxiliou na cura
Durante os dias em que Gervazio esteve internado, não foram poucas as manifestações de carinho da família nas redes sociais. Chamadas de vídeo, correntes de oração e muito amor, com certeza, foram primordiais para a sua recuperação. “A partir do momento que foi permitido acompanhante no hospital, ele não ficou mais sozinho. Nos revezávamos entre filhas, filhos e netas para ficar com ele e ajudar na sua recuperação, pois tínhamos fé e o que mais queríamos era sua volta pra casa. Tivemos sim muitos dias de altos e baixos devido ao seu quadro de saúde, que era instável, e quando não podíamos mais ficar com ele, falávamos diariamente por videochamadas e frisávamos o quanto ele era amado e o quanto queríamos sua volta para casa”, recorda a neta.
“Em Passo Fundo ele pedia muito pela nossa avó, com a qual está casado há 60 anos. Como ele estava muito fraco, começamos a fazer vídeos curtos dos dois se mandando recados de amor. Isso alimentou em nossa mente o ‘reencontro’ deles, o qual foi emocionante, sendo que depois de tantos dias internado, ele estabilizou e teve alta. Sua reconsulta e mais exames já estão marcados, pois seu quadro de saúde ainda é estável e ficaram algumas sequelas. Mas ele segue recuperando suas forças dia após dia, e nós vamos continuar dando-lhe amor e todo o suporte, pois foi o que sempre fizemos”, finalizou Gisa.