A Festa da Partilha deste ano, na comunidade de Santo Antão, mesmo não tendo sido realizada da maneira tradicional, com centenas de devotos, e apenas com a realização de uma missa para a comunidade, devido à pandemia, teve uma participação especial, da Irmã Marivane Chiesa, que chegou da África a tempo de participar da tradicional festa.
Irmã Marivane é filha de Verginio Chiesa e Maria Baldissera Chiesa. Ela vive em missão no continente africano há 22 anos e chegou na sexta-feira, 14, em Ilópolis.
A religiosa agradeceu a acolhida de todos e contou sobre a viagem. “Obrigada a todos pela acolhida, aqui me sinto em casa, ao lado da minha família, saí da África do Sul com muitas escalas e muitos testes de Covid, não aguentei e vim direto para casa. Me recolhi os primeiros dias por cuidado, mas agora pude estar aqui com vocês. Fico até 23 de fevereiro, e até lá me divido entre cuidados com a saúde, a família, a comunidade e os amigos”.
A missionária falou sobre o trabalho que realiza na África e emocionou a todos. “A minha missão é coordenar uma casa que acolhe mulheres e crianças refugiadas, elas vêm de diversos Países da África, aqueles que estão em guerra. Muitas fogem com os seus filhos e andam durante dias e dias, até meses, e chegam sem nada, a única coisa que carregam é o seu bebê nas costas, quando chega vivo”.
Ela explica: “Essas mulheres chegam e são acolhidas por aproximadamente quatro meses até seis, elas falam várias línguas, e nós falamos o inglês, mas usamos a língua universal do amor e nos entendemos”.
Segundo a Irmã, a jornada dessas mulheres é muito dura, mas não abala a fé das refugiadas. “Eu olho por elas e sempre penso se fosse minha irmã ou minha mãe que tivesse nessa situação, sobem numa carroceria e atravessam a fronteira sem saber o que vão enfrentar nem o tempo que vão andar. Mas elas chegam, com uma fé muito forte, são de diferentes religiões”.
Além da casa de acolhimento, a missionária coordena outra casa, onde as mulheres refugiadas recebem formação. “Nessa casa damos curso de corte e costura, culinária, cabelereira, entre outros, são cursos de três meses, e quando elas saem ganham o equipamento para trabalhar. Quem fez culinária ganha um fogão, quem fez costura uma máquina, e elas começam a sua vida. E o que nos deixa muito feliz é que na maioria das vezes, com esse mínimo, elas fazem multiplicar o seu dom, o seu talento, e fazem o pão chegar às suas mesas. Formamos em média de 300 a 350 mulheres por ano”.
Ela afirma: “Esse é um trabalho de Deus, da fé, e crescemos na fé e na esperança com elas. A minha vida é essa, é o que eu gosto de fazer, estou nessa missão há quatro anos”.
Celebração da Partilha
Mesmo a pandemia não permitindo realizar a tradicional Festa da Partilha, a comunidade não deixou de fazer a partilha e celebrar o seu padroeiro.
Foi realizada uma missa no salão da comunidade em honra a Santo Antão, e durante a missa foi feita a partilha dos produtos do porco, que foi cuidado pela comunidade durante o ano.
Além da celebração do domingo, a comunidade vivenciou a Festa da Partilha durante a semana, com a preparação e com o tríduo que percorreu a comunidade, e todos se envolveram na oração.
A diretoria e os membros da comunidade afirmam que se sentem gratos pela colaboração de todos para o momento de fé e oração, onde pediram por saúde, paz e também pelo fim da estiagem que prejudica a todos.
Conheça os ganhadores da Ação entre Amigos
1º Prêmio – Terezinha Ferla – R$ 1mil;
2º Prêmio – Jaine Fauri – R$ 1mil;
3º Prêmio – Rafaela dos Santos – R$ 1mil;
4º Prêmio – Maria Carlesso – R$ 150;
5º Prêmio – Valdemiro Piccinini – 1 caixa de folhas;