InícioMunicípiosAnta GordaMonumento de São João Batista Scalabrini será inaugurado

Monumento de São João Batista Scalabrini será inaugurado

A inauguração recorda, também, os 120 anos da passagem de Scalabrini, a cavalo, pelo município

 

Por Manoela Alves

A comunidade de Linha Quarta – Monte Grapa, em Anta Gorda, será palco, neste sábado, 07 de dezembro, para um belo evento religioso.

A programação inicia às 15h com saída da Capela Santo Antônio em procissão até o Capitel da Imaculada Conceição (onde, em 1904, São João Batista Scalabrini rezou uma missa e abençoou a imagem de Nossa Senhora) e onde às 16h será celebrada a missa em honra à Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Após a missa, será realizada a benção ao monumento São João Batista Scalabrini.

“A ideia do monumento surgiu devido a essa grande devoção da nossa família à Nossa Senhora Imaculada Conceição, que passa de geração em geração, junto ao desejo da minha tia, de fazer de lá um santuário. Conversei com a família e todos concordaram, então saímos à procura de uma imagem. Porém, não encontramos imagens pequenas para colocar dentro do capitel, daí surgiu esse escultor da cidade de Encantado, Olir Dutra. Eu e meu esposo André fomos lá conhecer o trabalho dele e ficamos maravilhados. Encomendamos um Scalabrini todo esculpido à mão, que seria pago com os recursos deixados pela tia Clarita Malaggi, pois ela havia deixado em minhas mãos um valor para ser gasto em doações. Assim se fez e aí está ele para encher a comunidade de bênçãos”, conta Andreia Andreolli Bertan.

 

Devoção e fé da família Malaggi

Em conversa com Luiz Malaggi, morador de Anta Gorda, ele recorda do porquê buscar por esta homenagem. “Tudo se deu devido à minha irmã, Clarita, que infelizmente não está mais entre nós hoje. Ela sempre teve uma devoção e uma fé muito grande por São João, ela repetia ‘nesta terra pisou um homem Santo, olha como somos abençoados’. Ela não está aqui hoje para compartilhar este momento com a família e com a comunidade, mas tudo foi feito graças a ela e à sua memória”.

A família também relata que são inúmeros os milagres e pedidos atendidos pela fé em São João Batista Scalabrini. “Precisamos ser gratos por tudo que alcançamos, até mesmo pelas dificuldades”.

“Nesta terra, onde nascemos e crescemos, um Santo passou, celebrou e abençoou. Isso não pode ser esquecido. Aqui há de ser um lugar de graças e bençãos”, Clarita Malaggi, in memorian.

 

História da vida de João Batista Scalabrini

João Batista Scalabrini foi o terceiro filho e teve sete irmãos. Seus pais eram humildes, mas tinham valores cristãos, sociais e eram felizes. Scalabrini nasceu em Fino Mornasco, perto de Como, na Itália, em 8 de julho de 1839 e foi batizado no mesmo dia. Desde pequeno já se sentia atraído pela oração e pela caridade, tanto que ingressou no seminário aos 18 anos para responder ao chamado divino.

Logo, aos 24 anos, foi ordenado sacerdote. Ele dedicou-se aos estudos, não apenas às disciplinas próprias para o sacerdócio, mas também às ciências modernas, e conhecia perfeitamente o italiano, o latim, o grego, o hebraico, francês, alemão, até mesmo o português e compreendia bem o inglês. Assim, seu empenho acadêmico e seu espírito generoso lhe deram mais uma missão: o episcopado. Foi sagrado bispo aos 36 anos e desempenhou com grande amor seu ministério e pastoreio na diocese de Piacenza.

Dom João Batista Scalabrini tinha um segredo que o mantinha sempre em pé – três grandes amores: a Eucaristia, a Cruz e a Santíssima Virgem Maria. Pela prática constante da caridade, ficou carinhosamente conhecido como o “bispo das mãos furadas”, porque tudo o que recebia passava adiante aos mais necessitados.

Certo encontro com os migrantes na estação ferroviária transformou sua vida – nasceu um chamado dentro do chamado. Isso se deu porque seu coração sempre foi aberto aos apelos de Deus e a graça divina pôde contar com ele para socorrer os que sofriam com as consequências da migração.

Em outra ocasião, Scalabrini recebeu uma carta de um migrante da América do Sul, suplicando que um padre fosse para aquela região, porque, como dizia, “aqui se vive e se morre como os animais”. “Passando pela estação de Milão, vi a ampla sala, os pórticos laterais e a praça vizinha tomados por 200 ou 300 pessoas, pobremente vestidas, divididas em diversos grupos. Eram migrantes. Pertenciam às Províncias da Alta Itália e, com ansiedade, esperavam o trem que os levaria às praias do Mediterrâneo e de lá para a longínqua América. Uma onda de sentimentos tristes me invadia o coração”, relatou.

 

Sua passagem por Anta Gorda

O Monsenhor e seus acompanhantes não vieram para visitar Anta Gorda, eles passaram por Anta Gorda. Chegando no Monte Grapo já no anoitecer, chegaram numa casa onde a família era de descendentes de imigrantes italianos. A família era de Madalena Locatelli Spadini e pediram pouso. Ali foram muito bem recebidos, Madalena contou toda sua história e a realidade de como estavam vivendo e contou que tinha logo ali uma Capela de Nossa Senhora Imaculada Conceição, construída pelos poloneses, mas nenhum padre tinha chegado até ali para abençoar aquele local e aquela capela e nem celebrar. Combinaram que no dia seguinte, antes de seguir viagem, iriam ali celebrar e abençoar aquele lugar e aquela capela. O filho de Madalena saiu e avisou as oito famílias que ali moravam e, no dia seguinte, foi celebrada a primeira missa naquele lugar que, hoje para todos, ainda é um lugar de muitas bênçãos e graças. Um Santo passou por Monte Grapo, celebrou e abençoou este lugar.

Clarita Malaggi, in memorian; Arquivo pessoal

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