Mãe, agricultora, esposa, batalhadora, a mulher é muitas em uma só
Por Manoela Alves
A agricultora Elomara da Silva Isotton, de 46 anos, moradora da Linha São Francisco, interior de Ilópolis, conta um pouco sobre sua rotina na roça, seus desafios como mulher e seu trabalho junto à diretoria do STR de Ilópolis.
“Sempre trabalhei com a agricultura, por muito tempo com a erva-mate, temos também a criação de suínos e iniciamos, há cerca de três anos, com a produção de leite. As vacas leiteiras eram, no início, apenas para o consumo da família e fabricação de queijo, mas pouco a pouco fomos aumentando e hoje conseguimos trabalhar também com a comercialização do leite”, descreve.
Elomora conta que a cultura leiteira realmente é uma de suas atividades preferidas. “A erva-mate exige bastante força na colheita, por isso fiquei mais com a responsabilidade do leite. A minha qualidade de vida mudou bastante depois que fiz essa troca e cuido mais desta parte, não sei se vamos investir mais no leite, por enquanto, mas sei que quero continuar nessa atividade”, fala a produtora.
Ela fala sobre a necessidade da diversidade de culturas para as propriedades rurais. “São tantos contratempos que não se pode ficar apenas com uma linha de produção, com a diversidade, um pouquinho de cada, o agricultor vai resistindo às instabilidades, sejam financeiras ou climáticas”.
A família é a base
A produtora conta que adora estar junto aos animais, sejam eles de lida, com os pets que tem em casa, além de que estar com seus filhos, Mateus, de 28 anos e Julia, de 19, e seu esposo Diego, é o que mais gosta de fazer.
“Meus filhos já são adultos e não moram mais em casa conosco, por isso cada momento com eles é precioso. Adoro cozinhar, fazer aquele grande almoço de família no domingo. Estar com eles é uma das coisas que mais prezo, seja para um chimarrão ou uma conversa, minha família é a minha base”, fala Elomara.
As dificuldades abalam, mas também fortalecem
“Já passei por muitas dificuldades e têm momentos, sim, que ficamos para baixo, que bate uma tristeza, ficamos perdidos, sem nem saber no que se apegar, mas com muita fé em Deus, pois Ele sempre me mostrou o caminho, a alternativa”, explana a agricultora.
Quantas vezes pensamos que não temos mais saída e Deus vem e mostra a solução, mas é preciso ter fé e confiar. “Já batalhei muito e vou seguir dessa forma, não tenho medo dos desafios e, se eu não sei, eu vou aprender. As mulheres são assim, essa força decidida, que cuida, que protege, que luta. Uma mulher faz muita diferença na vida dos filhos, do marido, da comunidade, da sociedade, pois a visão mais afetuosa e cuidadosa, com mais amor, consegue contornar situações difíceis, pois sempre enxerga as coisas de forma diferente”.
Agricultura e o STR
Elomara é associada do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ilópolis há cerca de 20 anos e explana sobre a importância de ser um associado para o pequeno agricultor. “Porque quando precisamos batalhar por alguma coisa, seja por preços ou por benefícios, o STR é o caminho e uma ferramenta para os agricultores lutar pelo que é justo”.
O STR sempre está à frente das demandas do homem e da mulher do campo. “Eu vejo que quanto mais sócios, quanto mais fortalecidos estão os sindicatos, mais força há para lutar pelo agricultor, pois essa é a função do STR, cada conquista do agricultor, o sindicato esteve na frente da luta, além de ter convênios médicos mais em conta aos associados, produtos veterinários e implementos”, comenta.
Esse ano Elomara está junto a diretoria do STR de Ilópolis, mas ela sempre teve a visão de que o sindicato é um instrumento para levar a frente a voz do agricultor, pois são cometidas muitas injustiças, principalmente com o pequeno produtor e o STR faz a frente para brigar por esses direitos e conseguir algo melhor para os colonos.
