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“Aprendemos muito com ela, é ela que nos dá lições de vida”

É assim que Teolides Bernardi se refere à filha Ketlin Vitória Bernardi, que em função de ter nascido com um cromossomo a mais, desenvolveu a Síndrome de Down, doença causada por uma alteração genética causada por uma divisão celular atípica. As pessoas apresentam características como olhos oblíquos, rosto arredondado, mãos menores e comprometimento intelectual. 

Teolides, que tem mais quatro filhos homens mais velhos, descobriu, através de exames no sexto mês de gestação, que sua filha, hoje com 21 anos, era portadora da síndrome.

“Por causa dela saí de casa e aprendi muita coisa; ela começou a frequentar a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) com 22 dias. Trabalhei como voluntária durante 16 anos na Apae de Marau, foram muitos sacrifícios, muitas viagens, mas hoje nos sentimos vitoriosas, ela, eu e toda a família”, relembra a mãe, com a consciência tranquila por ter feito e estar fazendo tudo o que está ao seu alcance pela filha, que é a razão de sua existência.

Ketlin continua frequentando a escola da Apae diariamente, no turno da manhã, indo com o transporte do Município, acompanhada pela mãe, até Marau. Sobre Ketlin ir sozinha nessa viagem diária, a mãe diz, enfática e firme: “jamais! Nunca ficamos longe. Estamos sempre juntas, uma não fica sem a outra”.

Sobre o dia a dia, Teolides relata algumas situações: “até os 10 anos era ela que tinha o problema, depois passamos a ser nós o problema para ela”, conta, referindo-se a alguns fatos engraçados. “Às vezes compramos uma roupa para ela e ela nos diz que não é mais criança”. Ela também conta que a família sempre ouviu muitos comentários negativos sobre a doença da filha, sobre os portadores da síndrome serem um estorvo, um pesadelo. “Na realidade, é o contrário; ela é a nossa alegria, ela é tudo para nós. Aprendemos muito com ela, é ela que nos dá lições de vida”.

Ketlin desenvolveu muitas habilidades e aprendizagens, como dançar, e adora música. Ela teve algumas dificuldades em algumas áreas, mas com o amor e a paciência da família continua aprendendo e se desenvolvendo. “Gosta de mesa farta, comida boa, quer saber as receitas, o que vai ter no almoço do dia seguinte, gosta de sair, de viajar, de participar de shows”, continua a mãe, orgulhosa. Ela realiza também pequenas atividades domésticas quando é incentivada por todos nós.

A jovem, segundo conta a mãe, teve muitos problemas de saúde quando pequena. “Éramos visita em casa”, relembra. “Tinha imunidade baixíssima, seguidamente tinha pneumonia”, finaliza a mãe, que tem 68 anos e coleciona muitas histórias sobre a filha para contar, histórias de superação, de persistência, de trabalho, de amor e desprendimento, histórias de uma mãe.

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