Estado registrou 159 casos em 2022 e destes, quatro foram em Arvorezinha
Por Oneide M.Duarte
Um dado chocante foi divulgado nos últimos dias, quando o Rio Grande do Sul apareceu como o sexto estado brasileiro com mais internações de bebês com desnutrição no ano de 2022.
As informações foram repassadas através de um levantamento do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O trabalho identificou que o RS teve 159 atendimentos de crianças menores de um ano no período. Em 2021, foram 175, o que representa queda de 9,1% na comparação entre um ano e outro.
Na frente do Rio Grande do Sul aparece a Bahia com 480 casos, o Maranhão com 280, São Paulo com 223, Minas Gerais com 205 e Pará com 182 casos. O Amapá é o estado que menos registrou casos, com apenas nove em todo o ano de 2022.
Para a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o levantamento deve ser analisado com cuidado, pois utilizam números absolutos e não levam em conta o tamanho da população em consideração.
O estudo mostra que 75 municípios gaúchos tiveram casos de desnutrição em bebês em 2022. Bagé, na Campanha, lidera o ranking com 14 registros; Porto Alegre teve nove internações. Em Arvorezinha foram apontados um total de quatro casos, o que chama a atenção pelo tamanho populacional da cidade, se comparada com Porto Alegre.
A desnutrição infantil é um problema de saúde grave que ocorre quando o organismo da criança não recebe os nutrientes necessários para seu funcionamento, o que pode afetar o seu desenvolvimento.
Enfermeira questiona a origem dos dados
“Em primeiro lugar precisamos saber a origem dessas informações, pois são dados bem amplos, e ficam algumas perguntas no ar. Como criança em baixo peso? São prematuros? Hoje o posto de saúde realiza uma busca ativa de todas as gestantes e das crianças recém-nascidas através das agentes de saúde. Inclusive, o Município tem o serviço de um pediatra que atende todas as crianças que forem levadas aos postos. Além do mais, contamos também com o serviço dos enfermeiros que fazem esse controle, que chamamos de puericultura, onde é feito o controle do peso da criança. Então não vejo como que essas crianças aparecem com baixo peso”, diz Bruna Baldisera, enfermeira do Posto de Saúde Central.
Ela lembra que a Administração Municipal realiza ao longo do ano várias ações para fazer o controle de peso da criança até os dois anos de idade. “Realmente desconheço essas quatro crianças”, finaliza a enfermeira.