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Chuvas aliviam o impacto da estiagem, mas perdas na soja e no milho estão consolidadas

Prejuízos ultrapassam 34% no município

 

Por Oneide Marcos

As recentes chuvas que atingiram o município trouxeram um alívio para os agricultores, mas não foram suficientes para reverter as perdas na produtividade da soja e do milho. O extensionista Rodrigo Roso, da Emater de Fontoura Xavier, explicou a situação das lavouras e as consequências da estiagem prolongada.

 

Impacto na soja

Segundo Roso, até o momento foram registrados 68 mm de chuva na cidade. No entanto, essa precipitação não é suficiente para recuperar a produtividade da soja, que já sofreu uma redução consolidada de 34%.

“Mesmo com essa chuva, a produtividade não vai se recuperar. No entanto, também não vai se agravar, pois as cultivares mais tardias ainda têm uma certa plasticidade e podem recuperar parte do teto produtivo. Já as cultivares precoces e de ciclo médio, que correspondem a 80% da área cultivada, tiveram suas perdas consolidadas”, explicou.

 

Situação do milho

Em relação ao milho, o especialista destacou que a maioria das lavouras já estava no final do ciclo e as regiões onde a cultura está mais presente também receberam chuvas frequentes. A estimativa é de uma perda de 20% em uma área de 400 hectares.

“Levando em conta uma produtividade média de 7.200 kg por hectare, tivemos uma perda significativa, mas já esperada devido à estiagem prolongada”, afirmou Roso.

 

Tabaco: perda de qualidade, não de produtividade

A cultura do tabaco também foi afetada, mas de uma forma diferente. Segundo o extensionista, a falta de chuva não impactou a produtividade, mas sim a qualidade do produto.

“Durante todo o ciclo da cultura, houve precipitação suficiente para manter a produtividade. No entanto, o forte calor dos últimos dias afetou a qualidade das folhas, acelerando a maturação e queimando parte da lavoura. Isso pode impactar a classificação e o preço do fumo, mas ainda não sabemos como as fumageiras irão comercializar”, destacou.

Outro problema apontado por Roso foi o aumento da área plantada sem a capacidade adequada de secagem do fumo. “Muitos produtores expandiram suas áreas de cultivo, mas não possuem estrutura suficiente para secar todo o volume produzido. Com isso, parte do fumo acabou maturando na lavoura, resultando em perdas”, disse.

 

Alívio para a pastagem e o gado

Apesar das perdas nas lavouras, as chuvas recentes trazem um impacto positivo para a pecuária, ajudando na recuperação das pastagens e do gado de corte.

“De maneira geral, essa chuva não reduz as perdas já consolidadas, mas ameniza toda a situação. Os campos vão voltar a ter grama, e a oferta de forragem deve melhorar. Nos últimos 40 dias, devido à estiagem, o gado acabou emagrecendo, mas agora, com o tempo mais chuvoso, a recuperação tende a ser mais rápida”, concluiu Roso.

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