Por Oneide M. Duarte
Na tarde da última segunda-feira, 09 de janeiro, um homem foi detido e encaminhado ao Presídio de Soledade após denúncia de maus tratos a um animal. De acordo com a denúncia, uma cachorrinha foi arrastada por uma van por diversas ruas da cidade.
A notícia teve uma repercussão muito grande, chegando inclusive a ser veiculada em portais de notícias da capital, o que gerou muitos comentários nas redes sociais. Na manhã desta terça-feira, 10 de janeiro, a Delegada Regional de Polícia, Fabiane Bittencourt, responsável pelo caso, se manifestou. A delegada lembrou que a Polícia Civil somente pratica prisão quando existe uma análise completa da situação. “Verificamos todo o cenário do fato, ouvimos pessoas e coletamos prova, e aí sim tomamos a nossa decisão. E foi o que aconteceu com essa situação delituosa ocorrida na tarde da última segunda-feira em Arvorezinha”, afirma a delegada.
“Uma das alegações do autor do fato, é que ele não teria visto o animal amarrado no veículo no momento em que transitava em via pública, porém, nós não acreditamos nessa versão. No entanto, mesmo que essa versão fosse verdadeira, de fato a gente já teria configuração por crime de maus tratos por uma segunda atuação do indivíduo, que foi o não acionamento de socorro ao animal após as lesões. Por isso, é importante que se diga que nós chegamos a casa do indivíduo cerca de duas horas após o momento em que ele foi flagrado por meio de filmagens arrastando o animal em via pública e esse animal foi localizado dentro do veículo agonizando, todo ferido e isso cerca de duas horas após o fato”, acrescenta a delegada. Ainda segundo Fabiane, o animal sobreviveu graças ao socorro prestado imediatamente após a sua localização.
O homem foi encaminhado a Delegacia de Polícia e posteriormente levado ao presídio de Soledade onde permaneceu recolhido. Porém, como o mesmo não tem antecedentes, possivelmente será posto em liberdade.
Irmão fala sobre o cuidado com os animais
Quinto filho de um total de oito, M.J. V. de 59 anos sempre foi apaixonado por cães. A informação parte do irmão Edmir Vidori. “Ele sempre gostou de cães, tanto que sempre procurou tratar os animais que chegam até sua casa. Sempre cuidou muito bem de todos. Nunca teve uma queixa contra ele sobre algum maltrato”, diz o irmão, que segue. “Eu condeno o ocorrido. Porém, eu como o conheço, realmente acredito que o fato não foi de propósito, até porque, ele sempre junta comida onde trabalha e leva pros animais”, relata o irmão.
Advogada comenta o caso
A advogada criminalista, Tatiane Calegari Gonçalves, explica como será feita a defesa do seu cliente. “Essa Defesa prioriza a análise de todo o caso, com todas as provas possíveis já elencadas aos autos para apenas durante a instrução criminal explanar o mérito do caso. No entanto, nesse acontecimento específico, muito embora a autoridade policial tenha entendido pela prisão em flagrante do meu cliente, é bastante evidente a falta de dolo, além de que a sua conduta perante a sociedade também demonstra tratar-se de uma pessoa de boa índole que, infelizmente, está envolvida numa fatalidade. A inocência do meu cliente será provada, mas, primeiramente, lutaremos pela sua garantia fundamental à liberdade”, finaliza.
