A palestra ocorre durante a Femate e será ministrada pela responsável pelo planejamento e desenvolvimento agrícola na empresa Leão
O município de Arvorezinha e a 10ª Femate recebem no sábado, dia 10 de setembro, uma palestra que deverá contribuir, e muito, com o setor ervateiro. Ministrada pela responsável pelo planejamento e desenvolvimento agrícola na empresa Leão, uma joint venture (empreendimento conjunto) do sistema Coca-Cola no Brasil, Clauriane Stele, a palestra “Aplicação da Erva-Mate em outros Alimentos e Bebidas” ocorre às 10h, no Ginásio Municipal Aquilino Marin.
Conforme Clauriane, a Leão utiliza erva-mate em seus produtos desde a sua criação, há 121 anos. “Desde o início, a empresa carrega inovação e pioneirismo em seus produtos, seja com o mate tostado, ou com os lançamentos recentes que posicionam a empresa como líder de mercado no segmento de chás de infusão, em especial, nos produtos que levam a erva-mate em sua composição”, relata.
No total, a Leão possui quase 65% do market share de chás para infusão no Brasil. “E quando estratificamos isso para o chá mate granel, esse volume é bem maior. Além dos chás para infusão, o Sistema Coca-Cola, do qual a Leão faz parte, ainda tem o Chá Matte Leão pronto para beber, bastante presente no estado do Rio de Janeiro, mas distribuído em todo o Brasil, onde a companhia também é líder na categoria”, destaca.
Questionada do porquê a erva-mate é utilizada na aplicação de alimentos e bebidas, Clauriane explica: “O mate é uma bebida tradicional no Brasil e muito saborosa. Além disso, suas propriedades são benéficas para o organismo. Existem diversas pesquisas que relatam os benefícios à saúde atribuídos a compostos bioativos da erva-mate. Segundo esses estudos, o mate possui propriedades antioxidantes, diuréticas, antidiabéticas, e ainda auxiliam no controle do colesterol”, frisa.
Segundo ela, a Leão demanda de erva-mate de boa procedência e que priorize os cuidados desde colheita, passando pelo processo de industrialização e com atenção aos princípios de boas práticas ambientais, trabalhistas e de governança. “Vale ressaltar que a matéria-prima pode ser verde ou amarela (armazenada), desde que siga as especificações de qualidade da Leão”, ressalta.
“A erva-mate deve seguir ainda o padrão de tamanho de folhas e ser livre de contaminação física/química/biológica, tais como materiais estranhos, agroquímicos e fungos”, acrescentou ao afirmar que a Leão adquire tanto a erva-mate verde quanto a tostada. No entanto, o produto só é adquirido quando possui a qualidade e as certificações exigidas.
Ainda, de acordo com ela, existem muitos estudos que identificam diferenças genéticas sobre as espécies de erva-mate. “Uma pesquisa realizada pela Embrapa identificou variedades de erva-mate. Já um estudo feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), identificou plantas com teores de cafeína, teobromina e antioxidantes, encontrando até mesmo plantas sem cafeína”, pontua.
O que a Leão espera do setor ervateiro
Clauriane avalia que, em primeiro lugar, é preciso que todo o setor trabalhe junto para um maior reconhecimento de sua importância como um provedor de uma matéria-prima com tantos benefícios e diferentes tipos de uso. “Da mesma forma, é esperado que possamos trabalhar juntos para que a categoria seja cada vez mais organizada e estruturada, o que permitirá a todos uma maior previsibilidade sobre a quantidade de produção média”, enfatiza.
Ela segue: “Tal ação gera mais equilíbrio de preços e de rentabilidade ao produtor, o que possibilita um planejamento mais assertivo em parcerias saudáveis que possam sustentar a inovação e desenvolvimento de novos produtos. Por consequência, a atividade traz melhorias na qualidade da matéria-prima e em pontos como: colheita, secagem e indústria, priorizando a segurança alimentar para atingir novos mercados internos e externos”, disse.
Quando questionada se a Leão tem projeções para ampliar a compra de erva-mate, Clauriane revela: “A categoria do chá encontrou uma maneira de entrar nas principais ocasiões de consumo de bebidas: ela hidrata, serve como refresco, é fonte de energia, e tem usos recreativos e funcionais. E, como sinônimo de categoria, a Leão está sempre em busca de inovações que busquem atender às necessidades do consumidor. A partir desse ponto, a empresa pode estimular também que a erva-mate seja cada vez mais conhecida no segmento. Temos, por exemplo, a oportunidade de nos espelharmos no chá verde/preto ‘camelia sinensis’, que lidera a estatística de consumo mundial de chás”, salienta.
Segundo ela, entre 2013 e 2020, o consumo de chás no Brasil avançou 25%, quase o dobro da média mundial. “E muito desse crescimento está associado à importância da bebida para a saúde e bem-estar. Isso beneficia toda a cadeia de produção de erva-mate e chás no Brasil desde o produtor, indústria ervateira e empresas de processamento final”, declarou.
Atualmente, a erva-mate representa cerca de 50% do portfólio da Leão. “Vale ressaltar, contudo, que no Brasil o mercado ervateiro que representa o maior volume é o do chimarrão, que corresponde a 95%, contra 5% que é para chás (verde ou tostados).
Produtos Leão
Hoje a Leão conta com um portfólio com mais de 70 opções de preparados para infusões com apresentação em sache, solúvel e cápsulas, que atendem aos mais diversos públicos.
Algumas das opções são: chá mate + groselha negra, chá misto de mate tostado, limão e laranja, chá mate tostado com canela, chá mate tostado solúvel, chá mate e guaraná, chá leãozinho nos sabores morango e maracujá, laranja cor de rosa ou amora e framboesa, chá mate natural a granel, chá senses de maracujá, laranja e gengibre e os novos sabores Ice Tea (chá preto) + pêssego ou abacaxi + hortelã.
Os fornecedores da Leão estão localizados no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sendo que maior volume adquirido atualmente é do RS.