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Dona Valdeci, a sapateira que mantém viva uma profissão quase extinta

Por Oneide Marcos

Em tempos de produção em massa e onde se descarta muito rápido o que se compra, Dona Valdeci dos Santos, 62 anos, resiste com sua oficina de sapateira. Há mais de 35 anos, ela conserta calçados, mochilas, cintos e outros itens de couro, preservando uma profissão que já foi essencial, mas hoje se tornou rara.

A oficina fica no porão de sua casa, uma escolha que permite manter os custos mais baixos, já que evita o aluguel de um ponto comercial. “A maior procura é por consertos, principalmente de botas e materiais de couro”, conta Dona Valdeci.

Ela aprendeu o ofício com o ex-marido e, no início, a rotina era intensa. “Já cheguei a fazer cinco pares de botas por dia”, lembra. Além disso, também produzia chinelos campeiros, que tinham grande saída. No entanto, com o passar dos anos, a concorrência com grandes marcas dificultou o trabalho artesanal, e hoje ela se dedica exclusivamente aos consertos.

“Arrumo tudo: mochilas, sapatos, tênis, cinto. O que der para recuperar, eu recupero”, afirma com orgulho.

Mãe de Rafael dos Santos de Souza, que chegou a seguir a mesma profissão, mas hoje trabalha com conserto de estofados, Dona Valdeci não esconde o amor pelo que faz. “Eu amo a minha profissão”, declara a sapateira, que também é aposentada.

Apesar da redução na demanda ao longo dos anos, há períodos de grande movimento. “Na Semana Farroupilha, o serviço aumenta consideravelmente”, revela, referindo-se à época do ano em que botas e trajes típicos precisam de reparos para os festejos gaúchos.

Dona Valdeci segue firme, com mãos habilidosas e determinação, provando que consertar algo vale mais do que simplesmente descartar.

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