Por Oneide Marcos
A devastação causada pelas enchentes de maio em Putinga ainda impacta severamente a vida dos moradores e, especialmente, dos empreendedores. A burocracia e as dificuldades enfrentadas por empreendedores têm se tornado cada vez mais evidentes. Rogério Dalaqua, prestador de serviço de corte e transporte de madeira, e morador do centro da cidade, é um exemplo claro dessa situação. Com mais de 15 anos de experiência no setor, Dalaqua construiu uma grande estrutura que inclui quatro caminhões, tratores, grua florestal, além de diversos equipamentos utilizados no corte e transporte de madeira.
“Dou muito retorno ao município, mais que todos os comércios que tem no centro e foram atingidos”, afirma Dalaqua. Apesar de sua matriz não ter sofrido grandes perdas, apenas um trator foi inundado, ele relata que perdeu muita matéria-prima. “Muita madeira no interior foi soterrada, fora as matas que tenho compradas e os desmoronamentos soterraram. No mês de maio, eu deveria ter entregue mais de 60 cargas de madeiras, mas consegui entregar apenas 13. Os funcionários e as despesas continuam as mesmas”, explica o empreendedor.
Dalaqua comentou que vai precisar de ajuda de instituições financeiras diante das dificuldades para escoar as matérias-primas pois as despesas continuam as mesmas de antes, e espera ter êxito nessa busca por ajuda.
Além disso, no mês de maio, ele trabalhou com metade das cargas nos caminhões devido às condições precárias das estradas, que foram severamente danificadas pelas enchentes. “Tinha estradas que precisei usar o trator para puxar os caminhões nos acessos até as estradas principais e vice-versa”, comenta.
A situação é lamentável, pois a empresa extrai e transporta boa parte da produção de madeira do município. “Está difícil a situação, pois agora começam a chegar as despesas de maio, mês em que tivemos muito pouca receita”, afirma o empresário, que gera mais de dez empregos diretos e ainda conta com serviços de terceiros em algumas ocasiões. O empreendedor finaliza afirmando que mesmo depois de vários dias das enchentes, ainda é possível sentir os efeitos nas estradas. “Temos muitos trechos complicados, isso tudo nos dificulta e muito. Esperamos um olhar mais especial das autoridades para essa questão”, finaliza.
