Por Willyan P. Borges
Clarice Meaza, 42 anos, moradora da localidade de Campo Novo, interior do município, casada e mãe de dois filhos, é uma das várias famílias que vêm passando dificuldades em relação à água, devido à estiagem. Clarice falou do desafio de viver sem esse bem precioso, a água: “A situação está difícil, não temos água nem para cozinhar, beber ou tomar banho; recentemente a prefeitura passou a trazer água para a gente, mas precisamos deixar acumular roupas para podermos lavar tudo de uma só vez”.
A moradora afirmou que é o terceiro ano consecutivo sem água na localidade, e que esse ano está sendo o pior, visto que não há água na fonte, que acabou secando; sobre a situação dos animais, ela falou que tudo está sob controle, já que eles não têm tantos animais, mas o problema está nas plantas, porque ou a família bebe a água, ou rega as plantas. Toda quinta-feira a prefeitura leva água para a localidade, mas essa água é apenas para a família banhar-se, fazer comida e lavar roupa. Para beberem, eles precisam comprar.
Clarice falou sobre o desafio da comunidade não ter um poço artesiano, com algumas exceções: “Algumas famílias têm poço artesiano, mas a água não chega até nós, devido aos quebra-molas; a princípio queríamos fazer um poço com os vizinhos, o prefeito mandou a gente fazer uma lista, mas estamos na fila de espera”. Ela também afirmou que não é apenas em Campo Novo que sofre com a falta de água, mas em outros locais também como em Guavirova.
Maria Inês Meaza, mãe de Clarice, 78 anos, mora com a filha, genro e netos, natural de Espumoso, e moradora da comunidade há 51 anos, afirmou ter visto muitas estiagens e chegava a ir aos vizinhos lavar roupas. “Nós nos acostumamos a viver aqui na localidade. E se formos embora, o problema vai junto”.
Clarice falou que a maior dificuldade em seus 42 anos de vida é a água, porque a fome se pode dar um jeito, mas sem água a pessoa pode morrer mais rápido do que se não comer. “A fome é insuportável, mas a sede é pior. Quando sentimos sede, temos que beber água”, finalizou a moradora.