Tem se tornado comum nos investimentos dos produtores de frango de corte o sistema de alojamento Dark House. Ele consiste em um ambiente adequado, com temperatura e luz controladas 24h e sistema de ventilação. As aves passam a maior parte do confinamento sem contato com o ambiente externo, criando assim animais mais saudáveis e com perdas menores.
A família de Alcides e Rudinei Longo, moradores da Linha Santo Antônio de Lisboa, interior do município de Camargo, investiram há quase dois anos nesta tecnologia. “Em dezembro fará dois anos que estamos trabalhando neste novo sistema e estamos indo muito bem, graças a Deus. Já fizemos lotes acima do esperado e os altos valores de venda da proteína animal têm motivado ainda mais”, explica Alcides.
Em dois galpões são alojados por vez 86 mil aves a cada 60 dias, e repassados para a integradora JBS. “O lote leva de 39 a 42 dias para estar pronto. Com a limpeza do local, higienização e protocolos de saúde cada lote tem um intervalo de 60 dias, sendo assim, podemos fazer até seis lotes de mais de 80 mil frangos por ano”, continua.
O investimento da família foi de R$2 milhões de reais neste equipamento. “A primeira parcela do financiamento dos galpões foi paga apenas com a produção de frango. Cada lote que fazemos é uma quantia especifica que deixamos no banco já para a quitação do empréstimo. Cada parcela anual gira em torno de R$ 300 mil, em parceria com a cooperativa Sicredi”, explica o patriarca.
Como incentivo para o empreendimento, a família recebeu apoio com terraplenagem. “Os incentivos não foram muitos, foi necessário pagarmos por uma máquina e por tubulações de concretos que eram necessárias. Hoje em dia os incentivos estão melhorando, isso motiva ainda mais os produtores a investirem”, exclama.
“Quando precisamos de brita ou cascalho é só entrar em contato com a Secretaria de Obras e de Agricultura e fazer a solicitação, e estamos sendo atendidos. Ou até mesmo com as entradas de propriedades, além da conservação de estradas, pois o produtor precisa de boas estradas para escoar a produção”, fala Alcides.
Além dos aviários a família trabalha com a lavoura
Não diferente de outras famílias que sobrevivem da agricultura familiar, eles buscam diversificar a produção na propriedade, aumentando assim um pouco a renda. “Nós possuímos a vantagem que a cama do aviário está sendo utilizada na lavoura de milho e soja, isso gera uma economia com fertilizantes”, explica.
Assim como os demais produtores, a família Longo não esconde as altas expectativas para a colheita 2021/2022. “Os preços dos grãos estão elevados, o clima está colaborando também e a previsão é de que seja uma super safra este ano e que os valores se mantenham em elevação. O trigo está se desenvolvendo muito bem, o milho já teve o início do plantio e a previsão é que seja boa também. Sabemos que tudo dá trabalho, envolve tempo, gastos e incertezas, mas sem trabalho nós não vivemos também. O agro vive um momento próspero e o produtor precisa aproveitar este momento”, finaliza.