Situada entre os municípios de Roca Sales e Passo Fundo, a Ferrovia do Trigo deu origem a um filme que será lançado em breve e disponibilizado gratuitamente na plataforma YouTube.
De acordo com o cineasta Cleber Zerbielli, natural do município de Ilópolis, o objetivo do filme é tornar conhecida a construção dessa imponente ferrovia e contar a sua história nos pontos de embarque e futuramente dentro dos vagões do trem. “Esse é meu terceiro filme na região e quando fui convidado pela Lume para dirigi-lo foi um enorme prazer, pois o projeto pode até acontecer num curto espaço de tempo, mas o desejo de produzi-lo vem de décadas”, comentou ele, que atualmente reside em São Paulo.
Ele segue explanando sobre sua relação com a ferrovia. “Conheci a Ferrovia do Trigo aos 13 anos e fui impactado pelo barulho do trem, pelo cenário em si. Tenho uma relação muito especial com essa construção, pois foi inaugurada em meio a muita repercussão midiática, onde até o presidente da República esteve em Guaporé para prestigiar. Eu nasci no dia seguinte”, revela.
Havia programação de projeções do filme em várias cidades do Vale do Taquari. “E Ilópolis, minha terra natal, não poderia ficar de fora. Recebi o convite da Secretaria da Educação e me alegrei muito. Projeções também seriam feitas em escolas da parte baixa do Vale, porém, como a maioria não está funcionando em razão da enchente, aumentamos as projeções em Ilópolis”, pontuou.
Novos contornos
De acordo com Zerbielli, o filme ganhou novos contornos com a enchente que atingiu o Vale do Taquari na última semana. “Uma das cenas principais do filme nós rodamos no início de 2023, quando houve uma estiagem no Vale do Taquari. Isso chega a ser curioso, pois entre uma estiagem e uma enchente, houve um período muito curto”, destaca. “Nem nas piores das possibilidades poderíamos imaginar que num pequeno espaço de tempo parte da ponte seria destruída por uma enchente. Visualmente é um dos maiores impactos do filme”, acrescenta.
Segundo o cineasta, a direção do Colégio Estadual de Ilópolis mobilizou os alunos que encheram uma caminhonete de mantimentos a serem enviados para as vítimas da enchente. “O filme também acabou sensibilizando um pouco mais os alunos, embora muitos não conheçam a Ferrovia do Trigo. Mas pelas imagens que circulam na internet eles puderam ver que é uma ponte que agora está destruída. Sabendo da força que o Vale teve para construir essa obra fenomenal, ficamos com a certeza que o filme vai colaborar para essa reconstrução. O filme traz esse momento que talvez em outro período não causasse tanta emoção/comoção”, encerrou. A data de lançamento será divulgada em breve.
