Família Lodi finaliza a colheita de aveia e canola para abrir espaço para a soja que vem por ai
A família Lodi, moradora da Linha São Vitor, interior de Camargo, está finalizando as safras de 2021 e preparando a propriedade para as plantações de 2021/2022. Durante o inverno eles cultivaram canola, cevada e aveia branca. “Nós encerramos a colheita da canola com uma perda de cinco sacas por hectare, devido ao mofo branco, a expectativa inicial era de 25 a 30 e fechamos em 20 apenas. E o trigo podemos dizer que estava ótimo, mas agora está bom, pois já houve perdas devido às chuvas”, explica o produtor Claudemir Lodi.
As expectativas para a colheita da cevada ainda estão mais altas do que para o trigo, de acordo com o produtor. “A cevada teve o necessário de chuva e sol para desenvolver bem os grãos sem criar nenhum tipo de doença. A parte mais crítica de toda a cultura é o florescimento, pois é a fase mais suscetível e frágil que a planta se encontra, por isso as chuvas no tempo certo são essenciais”, esclarece Lodi.
Preparo para o plantio da soja
Na propriedade da família Lodi o melhoramento da semente da soja é um dos investimentos antes do início do plantio, mesmo com o aumento dos insumos para esta lavoura. “Nós conseguimos adquirir o adubo necessário antecipadamente, o que garantiu não apenas o preço melhor como evitou não encontrarmos o produto no mercado”.
Lodi explica que as próximas lavouras tendem a ficar ainda mais preocupantes. “Para 2022 já pensamos em utilizar adubo orgânico, como cama de aviário, ao invés de adubo industrial. As sementes de soja nós já produzimos na propriedade, isso garante a qualidade do que é plantado, pois até mesmo para a correção de solo não há potássio disponível para venda”, continua.
“É preocupante a situação do desabastecimento de insumos, pois não sabemos o que esperar para os próximos plantios, principalmente de inverno, além da elevação dos preços. Eu acredito que na próxima safra será reduzido em até 50% a área plantada de culturas de inverno”, fala.
Janelas de colheita e plantio estão cada vez mais curtas
O que o aumento na produção de inverno traz de diferente para o produtor é a pressa na colheita para que não incida com o início das safras de verão. “Aqui na nossa propriedade utilizamos apenas a mão de obra familiar, isto quer dizer que para que dê certo, depende do nosso trabalho. O diferencial é que este ano estamos com 100% do nosso espaço ocupado pelas lavouras de inverno, então é preciso ter agilidade para não perder os prazos. Conforme os espaços são liberados, logo serão ocupados pela soja”, finaliza o produtor.