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Ilda tem uma história de luta, superação, fé, alegrias e solidariedade

Antagordense conta um pouco de sua trajetória de vida, sempre com um sorriso no rosto

 

Por Jaque Merlin

Ilda Radaelli Vanzetta uma mulher de luta e superação. Ela, que é natural de Anta Gorda, reside na Linha Santo Antônio, em Doutor Ricardo, há 40 anos, desde que se casou. Passou por momentos difíceis quando seus filhos ainda eram pequenos, mas com muita fé e esperança, conseguiu vencer a doença.

Com 34 anos, Ilda descobriu um câncer localizado no intestino. Realizou uma intervenção cirúrgica onde a equipe médica retirou parte do intestino, do baço e da vesícula. Ela relata: “passei por períodos de febre, precisei fazer cirurgia em Encantado, não tinha UTI na época, emagreci muito no período que fiquei internada. Após esses primeiros procedimentos, passei a realizar o tratamento em Porto Alegre, até receber alta completa. Durante o período de tratamento, eu ficava uma semana internada e retornava para casa, sabendo que precisava de mais uma semana para me recompor da medicação até ela agir no organismo. Os dias em que eu ficava em casa, procurava deixar as coisas dos filhos organizadas, como as roupas usadas para ir à escola, e outras tarefas leves. Na época, os filhos eram ainda crianças. Aline tinha oito anos e Leonardo onze. Minha sogra morava conosco e pôde me auxiliar com os afazeres domésticos”, comenta ela.

Ela segue contando: “Enquanto estava doente, eu pedia a Deus que permitisse que eu vivesse para ver minha filha caçula fazer a Primeira Comunhão. O que posso dizer? Pude ver a Comunhão, a Crisma, casamentos e agora o nascimento dos netos, e por isso sou muito grata”.

 

Tratamento e muita fé

Mesmo realizando o tratamento, era necessário ajudar com algumas tarefas da casa. “No período em que adoeci, trabalhávamos com lavoura de fumo, cana, vaca de leite. O tempo foi passando, eu fui fazendo o tratamento, me cuidando com muita fé até receber alta”. Mesmo com algumas dificuldades, Ilda e seu marido, sempre foram muito ativos, participando das ações e eventos da comunidade.

“Adorávamos, participávamos de tudo! Baile da Melhor Idade, Clube de Mães, diretoria da capela. Meu marido era muito parceiro, mas infelizmente ele adoeceu, chegou a fazer hemodiálise, até mesmo um transplante de rim, mas em 2020, durante a pandemia, ele contraiu Covid e faleceu. Ainda sinto muitas saudades dele, mas vivemos muitos anos felizes juntos”, relembra.

Ilda hoje com 60 anos, reside no interior, com seu filho Leonardo, e hoje na propriedade, trabalham com avicultura. A matriarca ajuda com os cuidados da casa, a horta, o jardim e, claro, com as netas, Manuela e Natalia. “Elas são uns doces”, ressalta.

 

Momento de solidariedade

Durante o momento crítico das enchentes em 2023, algumas famílias foram muito afetadas na proximidade da residência de Ilda. Com espírito de solidariedade,  família acolheu outras famílias que precisaram, dividindo os espaços de sua residência: “minha família acolheu duas famílias vizinhas por alguns dias, pois as residências dos mesmos foram afetadas e estavam em risco de desmoronamento, ainda bem que na minha, nada aconteceu”, diz ela.

“Neste tempo que eles estavam aqui, tinha dias que chorávamos, outros rezávamos, outros agradecíamos pela vida. Nos momentos difíceis, para superar as dificuldades, aumentamos a nossa esperança e fé. Sem ela, é impossível de superar. Ela que nos fortalece e nos sustenta”, destaca Ilda.

“Se me perguntarem agora, eu faria tudo de novo”, afirma, convicta.

 

Todos os dias podemos dizer que é nosso

“Mesmo sabendo que estamos próximos à data de comemoração do Dia da Mulher, sabemos que o Dia da Mulher é todos os dias. Nós mulheres passamos por tantas lutas, somos muito fortes”, pondera Ilda.

Ela continua: “quando passamos por provações, precisamos nos apegar a Deus, eu sempre rezei muito, pedia por minha família. Dá medo, mas também, o que nos sustenta é a fé”, conta.

 

Planos para a vida

Com o passar dos anos, os planos vão mudando. Ilda e o esposo sempre falaram em morar na cidade, quando os filhos casassem. “Sabe, nós falávamos sobre muitas coisas, inclusive em ir morar na cidade. Mas o que são os nossos planos diante dos planos de Deus? Quando posso, ainda frequento os bailes da Melhor Idade, mas confesso, depois que fiquei sozinha, perdeu um pouco a graça”, conta sorrindo. Ela segue: “nos finais de semana, fico com meus netos; gosto de visitar minha mãe, que reside em Anta Gorda, com minhas irmãs, passar um tempo com minha filha, que também mora em Anta Gorda, e meu pequeno neto, José Vitor”.

Uma frase que Ilda sempre fala e que leva no coração: “quando vejo alguém passando por um momento difícil, eu sempre falo ‘Deus não nos dá força quando a gente quer, ele dá quando a gente precisa’”.

“Minha mãe completa 89 anos em março, ela está bem de saúde, apenas um pouco esquecida, mas são coisas da idade. E eu quero aproveitar tudo o que eu posso, com a minha família e pessoas que eu amo”, finaliza.

 

Olho:

“Deus não nos dá força quando a gente quer, ele dá quando a gente precisa”, Ilda Vanzetta, 60 anos.

Ilda, com sua mãe Rosa e seus netos Manuela, Natália e José Vitor

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