A área onde Odecir Batista dos Santos reside, no centro de Putinga, na rua Augusto Toniolo, é descrita como muito linda por ela, antes das águas de maio chegarem de forma arrasadora.
Hoje, ela vê um cenário totalmente diferente em frente à sua casa e na sua rua: triste e desolador. Com dificuldades de mobilidade física, a passagem das águas levou tudo, deixando somente os entulhos trazidos das encostas que cercam a cidade. Os bueiros estão totalmente obstruídos ou foram destruídos. “A valeta a céu aberto dificulta a passagem. Meu filho deu uma ajeitada. Vou esperar até que a prefeitura consiga vir arrumar, pois por enquanto estão trabalhando mais para lá onde o povo precisa mais que eu”, diz, resignada e sabendo que o Poder Público não consegue atender todos ao mesmo tempo.
Odecir relembra o dia da enxurrada, momento de muito medo, pois a água chegou ao segundo degrau diante da porta de sua casa. “Senti muito medo e fui retirada pela Polícia; dormi na vizinha e no outro dia vim pegar umas coisas e a água estava nos joelhos”.
Com o pátio de casa, até então bem cuidado e conservado, agora destruído, além do cenário que vislumbra na vizinhança, a senhora, de 65 anos e viúva, mora junto com um neto. Ela conta que “o coração está partido; sofro e choro. Mas, vamos com paciência que vamos vencer. Deus é bom, Deus é maravilhoso, tenho muita fé”, afirma, resiliente e resignada, conformada e esperançosa em dias melhores para si e sua gente.
