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Movezen e Ballestro Móveis e Madeira: com mais de 50 anos de história, as empresas empregam mais de 70 colaboradores

A forma humanizada e acolhedora com que a direção trata seus colaboradores impressiona e encanta

Empresas que registram mais de 50 anos de trajetória e de crescimento. Atualmente a Ballestro Móveis e Madeira e a Movezen, juntas, estão entre as maiores indústrias de móveis da região Alta do Vale do Taquari. As duas empresas são de propriedade da Família de Ronaldo Girotto e Marcia Ballestro Girotto que administram a sucessão dos negócios da família.

Marcia fala de forma apaixonada sobre a gestão com os colaboradores

De forma rara, a empresa desenvolve o ciclo completo da madeira, desde a colheita própria ou a aquisição de produtores da região, serraria, beneficiamento e fábrica de móveis. Tão raro como encontrar um empreendimento assim, é encontrar uma empresa que tenha um olhar tão humanizado e comprometido com o bem-estar dos colaboradores, como é o caso dessa empresa.

No showroom da empresa, alguns modelos de móveis fabricados

A vereadora e professora Marcia Ballestro Girotto, ressalta que embora a equipe seja grande, ainda há demanda por mão de obra, principalmente qualificada. “Assim, acabamos recebendo alguns funcionários de fora do Brasil, como venezuelanos, uruguaios e argentinos”, disse.

Conforme ela, a empresa se orgulha em empregar cerca de 70 colaboradores (sendo 60% mulheres e muitos integrantes de uma mesma família), contribuindo assim, com a geração de emprego e renda no município de Doutor Ricardo, onde está inserida. Para Marcia, isso representa uma grande responsabilidade social. “Sabemos que muitas famílias dependem dos ganhos que a empresa proporciona para sustentar-se”.

Colaboradores valorizados fazem a diferença

Com relação aos estrangeiros admitidos, Marcia enfatiza que são pessoas que chegam no município e procuram a empresa por alguma indicação de amigo ou parente que conseguiu emprego em Doutor Ricardo. “São pessoas que vêm fragilizadas de saúde, com deficiência social, sem dinheiro e geralmente sem documentação. Elas primeiramente preenchem ficha na empresa e quando abre vaga as chamamos, dando suporte principalmente quanto à legalização delas, por meio de uma parceria com o Poder Público”, ressalta Marcia.

Ainda, segundo ela, a Unidade Básica de Saúde e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) também dão suporte. “Essas pessoas passaram por muitas dificuldades, exploração, fome, enfim. E a nossa região é muito acolhedora. Por exemplo, não existe ninguém morando nas ruas em Doutor Ricardo e quem chega aqui e quer trabalhar, encontra trabalho com facilidade”, frisou.

Aos colaboradores, a empresa oferece uma série de benefícios, uma vez que legalizados, todos trabalham com carteira assinada e tem assegurados os seus direitos, mas além disso, a empresa oferece plano de saúde, parcerias com dentistas, empresas e entidades que facilitam e viabilizam o atendimento às demandas destes trabalhadores.

“Estamos sempre atentos às necessidades de cada um e seguidamente buscamos encaminhar para atendimento médico, psicológico, entre outros, além de oferecer cursos e treinamentos visando contribuir com a profissionalização e também com o crescimento pessoal de cada um”.

A preocupação também é grande com a alimentação e a segurança dos colaboradores. A empresa dispõe de um refeitório que oferece o almoço a um custo de menos de R$ 6 reais. Na própria empresa é cultivada uma horta de onde são colhidas as verduras para a salada, visando oferecer uma alimentação saudável.

No refeitório tudo é preparado com muito carinho

“Isso para eles faz toda a diferença, porque pelo menos uma alimentação saudável e consistente por dia é garantida”, declarou. Conforme a empresária, todos os imigrantes que atuam na empresa contam com CPF, RG e carteira assinada, com os mesmos direitos e deveres.

“Penso que empresários e Poder Público poderiam se unir numa discussão de ações que possam ajudar não somente os imigrantes daqui, mas todos da região Alta do Vale que conta com muitas empresas importantes, em vários ramos da economia. Além disso, é preciso apostar na qualificação de pessoas. Nós temos investido nos nossos colaboradores e fizemos muitos treinamentos de EPIs, maquinários, sobre leis, enfim. Em contrapartida eles nos retribuem pegando junto, entendendo cada momento que a empresa vive. Tendo treinamento as pessoas evoluem socialmente e economicamente”, disse.

Máquinas beneficiadoras foram importadas da Itália

Chamila Fontes é uma das colaboradoras da Movezen que veio de Salto, região do Uruguai. Ela conta que tinha emprego onde morava, mas o salário não era suficiente para sobreviver. “Aqui tenho mais possibilidades para trabalhar. Faz um ano e meio que moro aqui, mas ainda não estou acostumada com as coisas típicas do Brasil, como comida, cultura e língua portuguesa. Vim sozinha e atualmente moro com meu namorado que também é estrangeiro, venezuelano”, conta ela, que é formada em Contabilidade. “Nunca havia trabalhado com madeira, mas estou aprendendo bastante coisas”, comemora.

Chamila se emociona ao relembrar da família e das dificuldades que enfrentava

Mercado Externo

Um dado importante é que desde 2005 a Movezen exporta parte da produção, sendo que atualmente 90% da fabricação é destinada ao mercado externo. O Reino Unido é o principal mercado. Também exporta para a América Central, Guiana Francesa, Porto Rico e Estados Unidos.

Todos os móveis produzidos são originados de pinus elliottii reflorestado, recebidos de fornecedores. A produção é certificada pelos órgãos competentes sendo ecologicamente correta desde a matéria-prima até o destino dos resíduos.  Ainda, a empresa conta com máquinas altamente tecnológicas e computadorizadas, e utiliza um software instalado em tablets, onde os colaboradores acompanham todo o processo, do pedido à destinação final.

Espaço de gradeamento e secagem da madeira, onde todos os resíduos são aproveitados e utilizados

Outros desafios

Conforme Marcia, hoje em dia empreender é difícil. “Vejo que o governo nos tira bastante em questão de tributos e exige muito em relação às normas trabalhistas. No cenário atual vejo que a economia não está fluindo como gostaríamos. Estamos sendo exigidos com altos impostos no ramo madeireiro, normas, enfim. Já chegamos a pensar em fechar a empresa e tomar outro rumo que não tenha tanta exigência. Mas nossa empresa vem desde o meu avô. São mais de 50 anos de história. Além disso, sabemos da responsabilidade social que a Movezen tem na comunidade. Tudo isso pesa nas nossas decisões e preferimos acreditar que é um momento de crise e que ela vai passar”, frisou.

 

Marcia encerra deixando uma mensagem alusiva ao Dia do Trabalhador. “Enquanto vereadora quero cumprimentar e parabenizar os trabalhadores públicos do nosso município, que às vezes fazem um trabalho silencioso e não são lembrados. Também agradeço à equipe de trabalho da Movezen, por toda a dedicação e deixo um abraço carinhoso a cada um que corre atrás dos seus objetivos por meio do trabalho”, finalizou.

Estrutura da Serraria

Olho

“A equipe atua na produção de móveis, sendo que mais de 90% são exportados para atender a demanda do mercado externo”.

 

 

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