O projeto “Cartas, Gerações e Afetos” foi o único a receber nota máxima
Na quarta-feira, 23 de novembro, uma comitiva representando o Poder Executivo de Doutor Ricardo esteve na cidade de Nova Petrópolis para a cerimônia de premiação do 4º Prêmio Boas Práticas na Gestão Pública Municipal. O município participou com o projeto social intergeracional “Cartas, Gerações e Afetos”, da Secretaria de Assistência Social, que foi desenvolvido entre os meses de abril a julho, e conquistou o 1º lugar na categoria Melhor Idade 60+.
Conforme o prefeito, Álvaro Giacobbo, essa é a segunda vez que o município é indicado ao prêmio, sendo que da primeira vez também conquistou o primeiro lugar. “O prêmio Boas Práticas é um instrumento para identificar, reconhecer, disseminar e estimular a realização de práticas bem sucedidas, inovadoras e replicáveis, desenvolvida pelas Administrações Municipais, que contribuam para a implementação de políticas públicas locais. Estávamos concorrendo ao prêmio com 557 trabalhos desenvolvidos em 220 municípios. Para nós é motivo de muito orgulho receber o título de campeão, sendo que na nossa região o único projeto selecionado foi o nosso”, frisou. “Devemos esse resultado à união e esforço da equipe da Secretaria de Assistência Social”, acrescentou. O projeto foi o único a receber nota máxima na premiação.
Saiba mais sobre o projeto “Cartas, Gerações e Afetos”
O projeto tinha como objetivos: fortalecer os vínculos afetivos entre gerações; proporcionar um espaço de troca e encontro entre as gerações; fortalecer os vínculos familiares e comunitários; promover o respeito entre gerações; promover a valorização da infância, juventude e terceira idade; estimular o reconhecimento das fragilidades e potencialidades de cada geração; incentivar a troca de afeto através da escrita; aproximar as gerações afim de criar uma sociedade com mais respeito; fortalecer estímulo à solidariedade e cidadania na sociedade.
Justifica-se que o envelhecimento é um fenômeno ainda recente no país, mas tudo indica que a população dos idosos brasileiros deverá ser uma das maiores do mundo. Sendo assim, o país precisa procurar urgentemente medidas, em várias esferas, para que o envelhecimento se torne um ganho real e não um fardo para gerações futuras. Uma dessas estratégias deveria incluir as crianças e os jovens, na tentativa de prevenir os preconceitos quanto ao envelhecimento e possíveis conflitos intergeracionais que a sociedade poderá enfrentar diante das necessidades.
Desta maneira, acredita-se que projetos de cunho intergeracional servirão para a comunidade refletir sobre os padrões de uma sociedade futura, aprendendo a ser sensível, compreensiva, respeitosa e podendo crescer e evoluir tranquilamente com as diferenças e semelhanças individuais existentes nela. A partir disto, pensou-se na atividade de troca de cartas entre as gerações, pois percebeu-se que com os e-mails, redes sociais e aplicativos de conversa, as cartas ficaram apenas nas recordações de muitas pessoas. Para a execução do projeto participaram as crianças, adolescentes e idosos dos serviços do SCFV e PAIF do Cras de Doutor Ricardo e também idosos em situação de vulnerabilidade e/ou risco social identificados através de busca ativa e que não participam do Cras.
Primeiramente as crianças do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos escreveram as cartas de forma anônima e sem saber para quem seria. Após, as cartas foram entregues aos idosos, os quais também escreveram cartas em resposta, que foram entregues às crianças. Foram propostas algumas temáticas que poderiam constar na carta, como apresentação do autor e de sua família, relato de momentos importantes, sonhos já realizados e/ou para o futuro.
No encontro, as crianças e os idosos puderam se conhecer e saber com quem foi feita a troca de cartas. Também foi realizada uma dinâmica de integração com os participantes, e ao final foi ofertado um café da manhã aos presentes. Todas as cartas foram digitalizadas para posteriormente será editado um livro sobre o projeto.
A secretária de Assistência Social, Eliana Zenere Giacobbo, destaca que uma das coisas que marcaram o projeto foi o falecimento de um idoso participante. “Dias antes do café que reuniu os idosos e as crianças, nós tivemos que fazer uma visita na casa de uma menina dizendo que a dupla era um vovô que veio a falecer e ela chorou bastante, pois estava ansiosa para saber quem era seu par. No dia da revelação ela teve um comportamento ímpar. Embora estivesse muito emocionada entendeu a situação. Neste dia também muitas pessoas tinham viajado e enviaram seus depoimentos em forma de vídeo com uma mensagem para a sua dupla, que também ficou muito legal”, pontuou.