O adiantamento das licenças e projetos antes mesmo de a ponte ter sido levada pela enxurrada foi decisivo para agilizar o início da obra agora
Sempre atenta às demandas da comunidade, a CIC/CDL de Anta Gorda, vem lutando e sendo porta-voz de empresários e população em geral, para que uma nova ponte entre os municípios de Anta Gorda e Guaporé seja construída.
O presidente da entidade, Rafael Pavan, ressalta que uma ponte segura e em concreto vem sendo demandada há muitos anos. “Existia uma ponte, porém com qualquer chuva de maior intensidade ela ficava interditada e era impossível transitar nela. A enchente do ano passado acabou deteriorando essa ponte, levando-a embora, e nós ficamos sem acesso, sendo que a utilizávamos muito”, lamenta.
Desta forma, desde setembro de 2023, quando houve a enchente, a CIC/CDL apresenta junto aos órgãos públicos exigências das empresas do município. “O Poder Público nos passou a questão de projetos, prazos, de como estava o andamento e por mais que nossa entidade não tinha divulgado nada em suas mídias, estava cobrando, solicitando esclarecimentos”, disse.
“Segundo a Administração Municipal a ponte vai sair. É um projeto conjunto com a Prefeitura de Guaporé, o qual já foi aprovado e a verba está liberada. É um projeto que vai dispensar licitação devido à calamidade pública e o que nos foi passado é que essa obra iniciará em fevereiro. Segundo a empresa contratada, o prazo de conclusão é de seis meses. É uma ponte que será de concreto pré-moldado, um pouco abaixo da antiga ponte”, revela.
Pavan ressalta que a ponte impacta diretamente na economia local e também na FestLeite. “Alguns empresários, principalmente no segmento de indústria, vêm nos pedir, querem saber como está o andamento. É uma demanda necessária. Cabe destacar que segundo o prefeito de Anta Gorda, ele estava encaminhando a licença para a construção da nova ponte desde maio de 2021, antes mesmo de todo o acontecimento da enchente, e por isso, acelerou o processo de aprovação do projeto”, frisou.
Ele conclui destacando: “Nós, como entidade, continuaremos cobrando até a consolidação da ponte, pois estamos aí para representar a indústria, o comércio, o nosso agricultor e a comunidade em geral”, pontuou.
O projeto da nova ponte será executado através da montagem de peças de pré-moldado, pré-fabricadas. A empresa que executará a obra é de São Paulo e deverá fixar sua sede na cidade de Guaporé. A ponte contará com duas pistas de rodagem, oferecendo desta forma, mais segurança aos usuários da via. O prazo de conclusão é de seis meses, ou seja, até julho de 2024 deverá ser concluída.
Na próxima segunda-feira, dia 15 de janeiro, está agendada uma reunião entre os prefeitos de Anta Gorda e de Guaporé e demais lideranças da região, onde todos os detalhes do projeto serão apresentados.
Dados sobre a ponte:
A obra está orçada em R$ 5.5 milhões, sendo R$ 3.9 milhões provenientes do Governo Federal e R$ 1.6 milhões serão divididos entre os municípios de Guaporé, Anta Gorda e o estado do RS.
Empresários cobram por uma solução mais rápida
O empresário Diogo Casagranda, diretor da Diamaju Agrícola, destacou os prejuízos e perdas que sua empresa vem sofrendo em função da necessidade de optar por outras rotas mais distantes e difíceis para efetivar a distribuição de seus produtos. Além da dificuldade de contratação de pessoal que reside na cidade vizinha.
Casagranda questiona a possibilidade de consertar a ponte velha de forma provisória, até que a nova fique pronta, uma vez que não há garantias de que ficará de fato pronta até a metade do ano e também, pelo fato de haver muitas pessoas que utilizam e precisam desta ponte diariamente.
O empresário compreende que esta iniciativa amenizaria o impacto dos prejuízos que inúmeras empresas e famílias de Anta Gorda estão sofrendo, pelo menos até que a ponte fique pronta. Ele mencionou a iniciativa da Câmara de Vereadores, que inicialmente, logo que a ponte foi arrastada pela enchente, teria se proposto a destinar fundos para solucionar o problema de forma provisória, até que a nova ponte seja construída.
“Acho muito relevante a informação de que será construída uma nova ponte, mais ampla, alta e moderna, mas a questão é: ‘O que faremos até lá?’ ‘Quem nos garante que a ponte ficará pronta até julho de 2024?’”, questiona Casagranda.
Arossi reforça a ideia de que é preciso uma solução urgente
O empresário Aléx Arossi, proprietário da Reciclagem Canãa, localizada próximo a divisa com Guaporé fala dos prejuízos que vem sofrendo diariamente.
“Eu acredito que precisamos fazer alguma coisa e logo, nós fazemos coleta de lixo em Guaporé e São Valentin e estamos tendo que fazer toda a volta para trazer as cargas até a sede da empresa. Realmente está uma situação muito difícil, nossos custos aumentaram muito e não temos como repassar aos clientes. Tem muita gente que depende desta ponte diariamente e está tendo grandes transtornos, então creio que se fizermos um movimento organizado conseguimos juntar recursos com as empresas para construir essa ponte de forma provisória, até que a nova ponte seja construída e assim, possamos amenizar os prejuízos”, defendeu Alex, alertando para o fato de que seis meses ainda é muito tempo e de que não há garantias que a obra fique pronta em seis meses.
Cauzzi ressaltou a disposição da Câmara de Vereadores em ser parceira
O presidente da Câmara de Vereadores Estevão Cauzzi afirmou que no final de 2023, a Câmara de Vereadores de Anta Gorda, devolveu parte de seu orçamento ao executivo, cerca de R$ 211 mil reais e junto com o valor um ofício sugerindo ao executivo que investisse o recurso no conserto da ponte para que a população não ficasse desassistida enquanto a nova ponte será construída. Porém, cabe ao poder executivo decidir a forma de aplicação dos recursos.
Cauzzi colocou a Câmara de Vereadores a disposição para colaborar com um movimento que venha a arrecadar recursos para consertar a ponte de forma provisória.
Dalla Vecchia vê a importância da iniciativa
O empresário Vinícios Dalla Vecchia também ressaltou a importância da adoção de uma medida urgente para resolver a situação. “Nós até que não dependemos tanto desta ponte, mas temos consciência de que o acesso é importante para muitas empresas e pessoas, então apoiamos a iniciativa de recuperar a ponte, se existir um movimento em prol desta causa”, destacou Vinícius.