Moradores da comunidade externam seu medo com a irresponsabilidade de alguns
Cenas chocantes, que parecem saídas de filme, é assim que se tornaram os finais de semana dos moradores da comunidade de Cordilheira Alta, em Anta Gorda, às margens da ERS-332. Uma comunidade calma, com crianças e idosos, que temem não poder andar mais com tranquilidade devido aos pegas e rachas de carro que têm ocorrido aos sábados.
Conversando com diversos moradores, que preferem não se identificar, pois já estão sofrendo represálias nas redes sociais, a situação está caótica. “Eles não têm respeito por nada, fizeram marcações em vermelho no asfalto, colocam em risco quem passa pela via, quem entra e sai de suas propriedades, é um desrespeito enorme”.
Este trecho da ERS-332 é conhecido por ser um local de tráfego em alta velocidade e pelos acidentes que decorrem disto. “Já tiveram mortes trágicas neste trecho, mas mesmo assim as pessoas não entendem, se colocam em risco, colocam quem não tem culpa nenhuma em risco”.
No asfalto, é possível ver as marcações em vermelho que apontam início e final da corrida. “Se não é nada, por que marcar o asfalto?”, são os questionamentos.
Moradores falam de suas preocupações
“Já pensou sair para passear com sua família e um carro fazendo racha vem contra? Ou alguém que sai para passear de bicicleta, uma criança que corra atrás de uma bola. Qualquer coisa, os cenários para uma tragédia são inúmeros, mas a verdade é que quem participa, não se importa, dizem que tudo é com risco pensado”, continua o morador.
Os relatos também são de que pessoas de todas as idades e classes sociais estão envolvidos. “Tem pessoas com mais de 60 anos, assim como jovens, pessoas de famílias conhecidas, não apenas de Anta Gorda, mas de toda região”, acrescentam.
“Essa é uma preocupação que temos, mas a responsabilidade não pode recair apenas para Anta Gorda, precisa ser uma preocupação geral. O que adianta querer fomentar o turismo dessa forma? Todos passam por aqui, por essa via. Como podemos trazer turistas para o Alto do Taquari, se há pessoas colocando em risco tudo isso? Quantas mortes e acidentes já ocorreram neste trecho, quantos ainda mais vão precisar acontecer?”, questiona o morador.
Em prints de conversas de um grupo de WhatsApp, os participantes assumem a prática do pega, ainda se vangloriando de que não perderam nenhuma corrida na tarde. “Então, na frente da Brigada, estão apenas sentados fazendo nada, mas no grupo estão assumindo o que fazem. Isso tem que parar”.
Brigada Militar foi acionada no último sábado
Além dos vídeos nas redes sociais, a comunidade tem frequentemente chamado a Brigada Militar para a ocorrência. Na última ligação, uma guarnição foi até o local, que avaliou a situação como sendo de risco calculado e que quem estava no local não estava cometendo infrações, mesmo que alguns estivessem ingerindo bebidas alcoólicas. Muitos deixaram o local após a chegada da BM.
A redação do Eco Regional entrou em contato com a BM de Anta Gorda, mas até o fechamento desta edição não obtivemos respostas para os questionamentos.