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População anseia a dragagem do Arroio Putinga

Após o episódio da enchente registrada no mês de maio, grande parte dos moradores do município de Putinga, especialmente das ruas Getúlio Vargas e Júlio de Castilhos, que ficam nas proximidades do Arroio Putinga, temem novos alagamentos e prejuízos em suas casas e empresas, por isso, apoiam a dragagem do rio.

A comerciante Marialva Bertuol Guilardi, de 57 anos, teve sua loja invadida pela água. “A água subiu a mais de um metro e meio dentro da loja. Foi assustador”, conta. “Acredito que é muito importante que seja feita a dragagem, mas sempre respeitando a lei, pois o rio acabou acumulando muito entulho com as chuvas e deslizamentos. Acho que é uma forma de prevenir uma enchente maior. Como temos vasão boa do nosso rio, uma dragagem acredito que vá dar conta de uma próxima enxurrada. Eu me criei aqui, brincávamos no rio e vivenciávamos muitas enchentes, mas nunca a água veio até a rua. Eu vi a água entrando na loja sem acreditar no que estava acontecendo”, acrescentou.

Já Deonizio da Silva, de 63 anos, tem sua casa há cerca de 25 metros do Arroio Putinga. “Foi feio. A água atingiu a parte de baixo da minha casa e subiu até um metro e meio na parte de cima. Ficamos embaixo da água. A dragagem do arroio é a melhor coisa que vai acontecer, pois agora dá uma chuva e alaga tudo. Era sempre para limpar o arroio, mas passou um prefeito e outro e sempre ficou na mesma. E sobre a barragem, eles têm que deixar baixa, pois é uma espingarda engatilhada em cima de nós”, declarou.

O empreendedor Eneias Vacari, que possui estabelecimento nas proximidades do arroio, também teve prejuízos na enchente. “A água entrou na padaria e tivemos perdas de mercadoria, produção própria, alguma coisa de maquinários e além disso, precisamos ficar sete dias com o estabelecimento fechado. Sobre a dragagem do rio, penso que teria que ser feita o quanto antes. Sou a favor e já procurei o prefeito para falar sobre isso. Não podemos prorrogar, pois logo não estaremos mais em estado de calamidade e daí é muito mais difícil. Acredito que a maioria da população anseie por isso, para evitar outros futuros alagamentos”, frisou.

Já o comerciante Elizeu Zanotelli, que também possui loja perto do arroio, fez algumas ressalvas. “Meu pai construiu aqui já faz muitos anos, e sim, a enchente é uma situação eventual que traz muitos prejuízos, por isso precisa ser estudada. Minha visão é essa porque, se nós simplesmente abrirmos um valo profundo para a água escorrer, ignoramos a vida da natureza. Eu conheço cidades que dragaram, canalizaram o rio, algumas deram certo, mas outras extinguiram com a vida do rio que virou um córrego de esgoto”, pontuou.

Ele seguiu: “A maioria das cidades foi construída a partir dos leitos da água, pois antigamente, quando o Brasil foi colonizado, era um conforto estar perto do rio. E hoje em dia, com a possibilidade dos poços artesianos e bombas d’água, isso já virou quase que um problema. Quando meu pai construiu aqui, ele sabia que tinha o rio e que eventualmente poderiam acontecer situações assim. É claro que sentimos, pois as perdas dão prejuízo, dão um desembolso grande, mas uma coisa é estancar a sangria emergencial, outra é um projeto a longo prazo”, disse.

Ele, que também é presidente da Associação Comercial e Industrial de Putinga (Acip), como representante da classe dos comerciantes, explanou: “A nossa sugestão, que foi conversada dentro da diretoria, seria reunir a comunidade para promover um círculo de conversa a fim de ouvir as pessoas e explicar sobre o lado ambiental e empresarial. Nos colocamos à disposição da Administração, pois precisamos estar em sintonia para estar auxiliando a comunidade”, encerrou.

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