Um dos principais fatores é o valor das terras que são abaixo do praticado em outros municípios
Por Fabiana Borelli
Há pelo menos três anos se percebe em Fontoura Xavier uma grande movimentação imobiliária, a compra de terras por produtores rurais e investidores de outros municípios, sendo na grande maioria de Nova Alvorada, Camargo, Marau e Carazinho.
Segundo o fiscal municipal Patrick Presser Gradaschi, que também é sócio da Imobiliária AIG juntamente com o vereador Algemiro Pinheiro de Oliveira, no ano de 2023 já foram feitas emitidas mais de 60 guias de Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI) no município. “Nesse ano já são 63 guias emitidas, claro que temos que considerar as vendas de imóveis urbanos, regularização de imóveis, mas sem dúvida a grande maioria é sum de comora e venda de terras no interior. Isso representa só na transferência um recurso para os cofres públicos no montante de aproximadamente R$ 220 mil”.
São diversos os motivos para essa situação, dentre eles o êxodo rural, o valor das terras e a busca por novos locais para aumentar a produção. “Muitas famílias estão deixando o campo porque os jovens não tem interesse em trabalhar com a agricultura, eles saem de casa muito cedo para trabalhar ou estudar e não retornam, e com isso as famílias se desfazem das terras, aqui também o valor da terra é bem mais baixo que em outros locais, o hectare pronto pode ser comprado por um valor que varia de R$ 60 a R$ 80 mil. Mas se for uma terra que precisa ser limpa para a lavoura a partir de R$ 30 mil”, informa Oliveira.
Ele continua elencando os motivos das terras de Fontoura Xavier serem tão procuradas. “Aqui tem muita terra bruta para ser explorada, e como a soja continua em alta os produtores estão investindo, mas não investem apenas em terra para produzir soja, muitos procuram para produzir eucalipto, pois o mercado da lenha também é forte aqui, então são vários os fatores. Claro que hoje terra para soja já tem menos oferta, mas para a lenha ainda tem muita terra para ser comercializada”.
Gradaschi complementa falando de outros valores que podem ser pagos pelos investidores. “Dependendo da localização e da característica da terra os valores podem ser bem menores, se é uma terra dobrada nas comunidades mais afastadas pode-se encontrar terra de R$ 5 mil o hectare, essas terras normalmente não são para produzir soja, mas para o eucalipto e a erva-mate”.
Benefícios para o município
O fato de as famílias não permanecerem no campo preocupa as autoridades, pois com o passar do tempo algumas comunidades podem desaparecer, mas por outro lado esse movimento de compra de terras para na produção agrícola gera renda.
Oliveira fala sobre isso: “para o município é positivo, pois essas pessoas vêm para produzir e isso traz o desenvolvimento para Fontoura Xavier, pois eles emitem as notas aqui, consomem no comércio local, enfim mesmo tendo a questão do êxodo rural para a economia do município é positivo”.
Para finalizar Gradaschi fala do contraste dos negócios imobiliários na zona urbana. “Se você for ver os negócios de imóveis urbanos estão bem parados, esperamos que nos próximos meses tenha um aquecimento. Para venda até tem alguns imóveis, mas para alugar não temos oferta”.