Por Manoela Alves
Uma proposta de redução para 4% no ICMS para a cadeia produtiva da noz pecan foi apresentada em reunião recente da Câmara Setorial da Noz Pecan, pelo Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan). Também foi encaminhado para debate, o pedido de padronização por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para uniformização da pecan, com base nos padrões norte-americanos. A justificativa são as exigências de mercados internacionais e até mesmo o atendimento à crescente demanda por produtos de melhor qualidade pelo mercado interno.
O empresário no ramo de nozes em Anta Gorda, Leandro Pitol, comenta a respeito. “A Câmara Setorial é um órgão do governo, é um ramo da Secretaria de Agricultura do Estado, e a Câmara Setorial da Noz Pecan foi criada na época em que Neori Dalla Vecchia era prefeito, inclusive, foi ele que iniciou esse movimento em Anta Gorda”, lembra. “Agora, estamos buscando a redução do ICMS que está alto. Além do mais, estamos numa competição desleal com a noz chilena, e quando é muito desparelho, o consumidor acaba optando pelo mais barato. A Câmara Setorial está trabalhando nisso”, disse. Cabe destacar que recentemente Carlos Scheibe foi eleito como novo coordenador da Câmara Setorial da Noz Pecan, e Demian Costa como subcoordenador por um período de dois anos. A troca da diretoria será em dezembro.
Importação
A Pitol nesse ano importou da Argentina 23 mil quilos de nozes com casca e 15 mil quilos de nozes descascadas, sendo que o ICMS chegou a 20%, segundo Leandro. “Nós precisamos importar devido à baixa produtividade que tivemos no RS esse ano, em razão dos eventos climáticos. A indústria precisa de produto, pois tem compromisso com o cliente. Acredito que, no final do ano, a Pitol será uma das poucas empresas que ainda terá produto para entregar. Nesse ano, era para dar uma safra boa, pois no ano que passou a produção foi fraca, mas com a enchente não deu para colher. Nós, por exemplo, iríamos colher 20 toneladas, mas colhemos apenas oito. Tínhamos a opção de importar com um valor alto de ICMS, ou fechar a empresa até a próxima safra. Para o consumidor final, chegou a aumentar em 30% o valor do produto”, relata.
O empresário finaliza: “Nós estamos numa fase de transição da nogueira pecan e só devem ficar no mercado os produtores que realmente se preocupam com qualidade e com seu pomar. Os que não levam o cultivo tão a sério, devem sair de linha”.
Ele finaliza com uma ótima previsão; “A noz pecan é um ótimo investimento e vai ter venda sempre, com um valor bom, porém o produtor terá que fazer investimentos até começar a produção, que inicia por volta do sétimo ano, mas o custo benefício é muito bom. Hoje, o principal é escolher bem a muda para iniciar o pomar, pois ela precisa ter uma boa procedência, seguir com os tratamentos adequados para garantir uma boa safra”, orientou.